quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Um Ponto e Dois Reforços


Foi num estádio de boa memoria, o agora denominado VELTINS-ARENA, que o FUTEBOL CLUBE do PORTO iniciou mais uma campanha na liga milionária. Num jogo que pareceu estar ao alcance mas, em que a derrota chegou a ser um cenário possível, os azuis e brancos picaram o ponto e acabaram por sair vivos da Alemanha.

Foi há 14 anos que os azuis e brancos escreveram uma das mais douradas páginas da sua história ao vencerem, na final da LIGA DOS CAMPEÕES, o AS MÓNACO por 3-0. Esse facto faz com que Gelsenkirchen e o estádio do FC SCHALKE 04, miticamente chamado de ARENA AUF SCHALKE, sejam recordados com alguma nostalgia pelos adeptos portistas. No entanto, na estreia do FC PORTO na presente edição da "champions", esse sentimento pareceu não passar dos adeptos para a equipa apresentada por sérgio CONCEIÇÃO.

O defesa éder MILITÃO e o médio DANILO foram as principais notas de destaque no onze do FC PORTO, e em boa hora, diga-se. Se o brasileiro atuou ao lado de FELIPE, assumindo-se cada vez mais como titular nesta equipa azul e branca, já o prtuguês regressado de lesão fez o lugar de sérgio OLIVEIRA e perfilou-se no meio campo fazendo dupla com héctor HERRERA.

Ainda assim até foi o campeão português a entrar melhor na partida e, embora sem jogar perto da baliza de ralf FÄHRMANN, teve logo aos 13 minutos uma oportuniade de ouro para marcar. GIL MANZANO, o árbitro espanhol assinalou uma mão imprudente do brasileiro NALDO, dentro da área, após um desvio de FELIPE mas, na marca dos 11 metros alex TELLES permitiu a defesa ao guarda redes alemão deixando escapar assim a melhor oportunidade de toda a primeira parte.

Quanto à equipa germânica, que conta com três derrotas para o campeonato, em outros tantos jogos, dominico TEDESCO fez quatro alterações em relação ao jogo em Mönchengladbach, com as entradas a pertencerem a jogadores com caractristicas atacantes, como weston McKENNIE, suat SERDAR, alessandro SCHOPF ou breel EMBOLO.

Sem deixar que o SCHALKE 04 se aproximasse com perigo da baliza de iker CASILLAS, muito por culpa de DANILO, FELIPE e MILITÃO, travando sempre as bolas para a velocidade dos três homens da frente da equipa alemã, os azuis e brancos iam controlando o jogo mas sempre muito longe da baliza adversária. Aí destacaram-se algumas exibições mais discretas, princialmente do meio campo para a frente. HERRERA, longe das suas melhores noites e vincent ABOUBAKAR, sem se encontrar com a equipa, originavam dificuldades para o ataque dos dragões que ficavam entregues à originalidade nos lances individuais de yacine BRAHIMI, ou das bolas longas à procura de moussa MAREGA mas, quer no caso do argelino, quer no do maliano, quase sempre os lances foram inconsequentes.

Com um ritmo baixo e com ambas as equipas encaixadas, mesmo falhando sempre a primeia zona de pressão defensiva (aqui, foi gritante a falta de organização no momento da pressão do FC PORTO, com o homem que tomava a decisão de pressionar - quase sempre OTÁVIO - nunca era devidamente acompanhado) as defesas superiorizavam-se aos ataques e o jogo chegava ao intervalo sem golos. O destino ficava assim entregue aos treinadores e ao que reservavam para o segundo tempo, ficando a ideia que tanto o FC PORTO como o SCHALKE tinham condições para atacar os três pontos.

De facto, no segundo tempo o FC PORTO entrou com a corda toda e, num livre estudado, sobre a direita, quase marcava. Alex TELLES descubriu OTÁVIO e este cruzou para o desvio do "xerife" FELIPE que, obrigou FÄHRMANN a nova grande intervenção, negando outra vez o golo dos dragões. Mas, o que parecia ser uma equipa azul e branca transfigurada não passou de fogo de vista.

Dos dragões esperava-se uma forte reação ao golo sofrido mas, enquanto no relvado pouco ou nada mudava (apenas se aumentou a velocidade na circulação de bola da equipa portista) na dança das substituições até foi italo-alemão quem fez modificações na equipa, lançando dois jogadores frescos para o ataque, yeven KONOPLIANKA, primeiro e, guido BURGSTALLER, depois. E mesmo com o jogo bastante morno, a sorte acabou também por estar do lado dos dragões. À passagem dos 75 minutos NALDO voltou a facilitar e quem aproveitou foi MAREGA que acabou rasteirado na área. O árbitro espanhol, de novo atento, viu e assinalou de nova grande penalidade para o FC PORTO. Desta vez, foi OTÁVIO quem assumiu a responsabilidade e não dando hipótese ao guarda redes alemão fez o empate no VELTINS-ARENA.


A partida, muito disputada a meio campo, continuou a ser marcada pela falta de soluções ofensivas e por muitas perdas de bola algo incompreensíveis. Fatores esses que originavam várias expressões de inquietação, tanto por parte de CONCEIÇÃO como de TEDESCO apesar, ainda assim, de um maior domínio da equipa portista. Aos 60 minutos o técnico português tentou dar mais criatividade ofensiva lançando jesús CORONA, para o lugar do inexistente ABOUBAKAR.

Curiosamente é depois de CONCEIÇÃO ter mexido e, num lance que começou na área do SCHALKE 04, com um remate falhado do mexicano HERRERA, que os alemães chegam ao golo, fazendo valer a velocidade do americano McKENNIE e do suiço EMBOLO que acabou por bater o guarda-redes espanhol do FC PORTO e colocando assim a equipa dos mineiros na frente.

Até ao fim, e com a equipa do SCHALKE a tentar aproximar-se mais da baliza de CASILLAS, mas sempre sem grande perigo, a equipa portuguesa limitou-se a segurar o ponto que para todos os efeitos e depois de ter estado a perder, não era, de todo, um mau resultado. Ainda assim e, sabendo que já não repetiremos o recorde de outra equipa portuguesa, ao terminar a liga milionária com zero pontos, a ver vamos se, em Gelsenkirchen o FC PORTO conquistou um ponto, ou perdeu dois. 

DESTAQUES


IN

CASILLAS - 20 anos de LIGA DOS CAMPEÕES e num palco memorável. Cada vez mais uma lenda.

MILITÃO/DANILO - O destaque não vai para os jogadores mas para as circunstâncias. Ambos desamparados, ambos longe da baliza adversário e ambos com tarefas complicadas. Juntava FELIPE ao pacote mas, para 2 jogadores que se estão praticamente a estrear na época as exibições saltaram à vista. Prometem.

PONTO - O SHALKE 04 é, na teoria o principal adversário na luta pela qualificação. Empatar em sua casa é por si só um resultado positivo.


OUT

HERRERA/ABOUBAKAR - Ambos longe do esperado. Nem sei sequer se tiveram ações positivas no jogo.

BRAHIMI/MAREGA - O destaque não vai para os jogadores mas para as circunstâncias. Ambos desamparados, ambos longe da baliza adversária e ambos com tarefas complicadas.

por Fábio Daniel Ferreira

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