
Sérgio Conceição disse que o FC Porto ia demonstrar a sua grandeza e se Sérgio disse, está dito. Assim foi. Arrisco-me a dizer que da mesma forma que perdemos o jogo contra os turcos, vencemos este contra os franceses. Frente ao Besiktas as debilidades de um meio-campo em inferioridade numérica (apenas dois jogadores na zona intermédia) fizeram-se sentir. Sérgio Conceição podia ser teimoso e insistir na formula que vai fazendo sucesso internamente, mas assim não foi. O treinador assumiu os erros, percebeu o que tinha falhado e mudou. Frente ao Mónaco, num 4-3-3, fez entrar um meio-campo com mais gente e robusto ao qual se aliou uma equipa com grande solidez que secou por completo o adversário que, curiosamente, apresentou apenas dois homens no miolo: Moutinho e Fabinho.
Com a surpresa no 11 portista a ser Sérgio Oliveira, o FC Porto apresentou-se no Principado apostado em brilhar. Com a lição muito bem estudada, os dragões montaram uma verdadeira teia que anulou por completo o jogo dos campeões franceses. O FC Porto não teve problemas em dar iniciativa aos Monegascos porque sabia exatamente aquilo que tinha que fazer sem bola. Ora a defender em 4-4-2, com Herrera na ajuda a Aboubakar a pressionar os defesas contrários, ora em 4-5-1, o FC Porto anulou a construção dos franceses que procuravam essencialmente em Moutinho para o fazer. Sem muito espaço, os da casa viam-se obrigados a bater para as laterais.
Se sem bola os jogadores sabiam perfeitamente aquilo que fazer, com ela o critério era notório: velocidade, passes rápidos, tabelas, aproveitar o génio de Brahimi ou a explosão de Marega e depois com um Aboubakar quase sempre no sítio certo. Assim, rapidamente o FC Porto se punha na área adversária criando perigo por diversas vezes. Marcou 3, criou oportunidades para mais, e nunca consentiu ao Mónaco a possibilidade de crescer no jogo, mesmo perante as alterações cada vez mais balanceadas para o ataque executadas por Leonardo Jardim. Os portistas mostraram-se sempre suguros e confortáveis com aquilo que estavam a fazer.
Em termos táticos este FC Porto foi de excelência, de tal forma que reduziu os Monegascos, com um ataque avassalador, a uma oportunidade clara de golo.
Aboubakar por duas vezes e Layún, abrilhantaram uma noite de Champions como há muito não se via, daqueles que nos deixam totalmente consolados e com um sorriso no rosto.
Destaques:
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Sérgio Conceição - O mérito desta vitória vai todo para ele. Detetou os erros, corrigiu, arriscou e ganhou. Tudo o que este FC Porto tem feito é mérito de Sérgio Conceição que tem tirado o máximo de cada um dos jogadores. Ontem, foi mais um exemplo disso. Com Herrera, S. Oliveira e Marega em campo, jogadores que contavam muito pouco no passado, deu espetáculo.
O coletivo - Quando se faz um jogo taticamente tão bem conseguido como este é impossível não destacar o coletivo da equipa. Todos os setores estavam cientes daquilo que tinham que fazer, executaram quase sempre bem, e isso refletiu-se no resultado.

Segue-se o Sporting e a equipa visita Alvalade no melhor momento. Confiante e moralizada pelo campeonato feito até ao momento, o FC Porto tem domingo a oportunidade de rematar uma semana em grande para os azuis e brancos. Tenho a certeza que os resultados não subirão à cabeça dos atletas, mas é certo que há muito não chegávamos tão bem a um Clássico.