sábado, 14 de outubro de 2017

Luta Desigual Com O Desfecho Esperado

O FC Porto estreou-se ontem na Taça de Portugal na visita ao Restelo, a casa emprestada ao modesto Lusitano de Évora para receber aquele que é o atual líder do campeonato nacional.

O adversário era frágil, e um jogo com baixo nível de dificuldade era o esperado. Quando se tem do outro lado um adversário como aquele que encontramos ontem, uma equipa do terceiro escalão e a consequente desigualdade de argumentos, o difícil mesmo é manter os níveis competitivos e motivacionais dos atletas que lhes permitam encarar a partida com o mesmo profissionalismo e seriedade que merecia o adversário. E foi isso mesmo que aconteceu, o jogo foi encarado como devia ser, abrindo a oportunidade aos menos utilizados e tempo para alguns miúdos que se vão destacando na B, com destaque para Dalot que saltou para a titularidade no lado esquerdo da defesa que contou ainda com Diego Reyes a fazer parceria com o capitão Marcano.

O FC Porto entrou apostado em dar mostras que não estava ali para cumprir calendário, e à semelhança do que faz em qualquer outro jogo, entrou forte e motivado, com a agressividade que o caracteriza e à procura do golo que surgiu praticamente em dose dupla: aos 20 e 21 por Aboubakar, "obrigado" a ir a jogo em virtude da lesão de Soares. Resultado que prevaleceu até ao intervalo pese embora as oportunidades criadas.

O segundo tempo seguiu pela mesma linha e foram 4 os golos apontados. Marcano, Otávio, Galeno e Hernâni foram os marcadores, fixando o resultado em 6-0. Com destaque para o golo do extremo português, mesmo a pedir uma primeira página d'A Bola a desejar um Puskas.

Para além de Diogo Dalot, esta foi uma partida que serviu ainda para lançar pela primeira vez Galeno, Luizão e Jorge Fernandes.

O resultado final foi o espelho de um luta desigual que já se esperava e de um FC Porto que jogou em ritmo alto como o faz contra qualquer outra adversário e isso foi o mais importante.

Destaques:

IN 

Dalot / Galeno - Fico sempre reticente em falar que determinado jogador deu mostras que "podem contar com ele", tendo por base jogos como este, em que o adversário é tão inferior que um jogador com a mínima qualidade inserido numa equipa rotinada e bem trabalhada dificilmente não mostra serviço. Contudo, destaco positivo para Dalot e Galeno. O primeiro a demonstrar a qualidade que lhe é conhecida é feito e uma maturidade que se se mantiver assegurar-lhe-á um lugar no 11 do FC Porto no futuro, e Galeno que para além do golo deu continuidade àquilo que tem vindo a fazer pela equipa B.

Mar Azul - Mesmo num jogo contra uma equipa de pouca dimensão, onde o resultado já se adivinhava foi boa a moldura humana que apoio o FC Porto no Estádio do Restelo.

Termino com um olhar rápido para o Relatório & Contas do FC Porto dado a conhecer esta semana. Os números apresentados eram algo que se perspetivava. Apresentar prejuízos não pode ser bom, mas há o aspeto positivo: o prejuízo de pouco mais de 35 milhões de euros é o reflexo da gestão ruinosa dos últimos anos, mas dá mostras de se estar a inverter, superando os valores defendidos pelo Fair-play financeiro da UEFA. 

Mas, mais do que isto, o que destaco foram as declarações de Fernando Gomes. O Administrador da SAD Portista disse, a dado momento, que o FC Porto tinha contrato com demasiados jogadores e que quando regressavam ao clube, alguns até se estorvavam
uns aos outros. Achei piada à forma como falou Fernando Gomes: diz que o FC Porto tinha jogadores a mais como se os responsáveis por isso fosse um ser externo ao clube, cujas decisões eram impossíveis de controlar. Há anos que se fala das contratações disparatadas que iam sendo feitas ano após ano sem que ninguém percebesse a sua necessidade. Os jogadores só começaram a estorvar-se este ano? 

Depois de ter atirado as culpas dos resultados financeiros para NES num passado recente por este não querer vender Herrera, agora FG sai-se com esta.

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