domingo, 5 de agosto de 2018

Nova Taça, Um Ladrão e Um Menino Lá Atrás

Arrancou oficialmente a nova época!

Regresso do futebol e tudo na mesma: uma vitória, mais um troféu, plantel escasso, porrada, roubalheira, VAR inexistente. Ah...que saudades que tinha disto.

Em Aveiro, o FC Porto conquistou a sua 21ª supertaça, 5 anos após ter disputado e vencido esta competição pela última vez. Depois de terem estado a perder, os portistas deram a volta ao marcador e, no final, ergueram o troféu, coroando uma exibição de raça que abriu caminho para a vitória mais que justa dos azuis e brancos.

Com os adeptos ainda a tentarem lembrar-se como é que é isto de jogar uma Supertaça (depois de 5 anos de travessia no deserto), Sérgio Conceição surpreendeu ao alinhar com o jovem André Pereira no lugar do amuado Marega, aos quais juntou ainda Maxi e o menino Diogo Leite na dupla com Felipe.

E começo mesmo por este ponto: a equipa, o plantel. 

Poderão dizer-me que não é o momento, mas vou mesmo começar a época a "bater" no plantel do FC Porto. O nosso clube conseguiu a proeza de, após ter sido campeão no contexto em que o foi (desportivo e financeiro), com um plantel escasso enfraquece-lo ainda mais.

Independentemente dos resultados desportivos extremamente positivos que nos podem estar reservados, as lacunas da época passada estão cá todas, talvez mais acentuadas por um plantel desequilibrado - ontem fustigado por duas lesões. É triste estar a dizê-lo, mas lamento profundamente ver o banco que o treinador tinha à sua disposição depois do que deu ao clube na época transata pautada por um desinvestimento forçado. Resta-nos aguardar que o que ainda falta para o fecho do mercado nos traga as verdadeiras soluções de que precisamos, porque se for só para fazer número, é melhor nem mexer.

Relógio Mexicano
Voltando ao jogo, o FC Porto foi quem entrou melhor. A pressionar alto, o início dos portistas foi enérgico e cheio de ganas. Os minutos iniciais do jogo refletiam o favoritismo dos portistas mas, na primeira jogada de perigo os avenses inauguraram o marcador. 

O FC Porto teve de correr atrás do prejuízo. Acusou o golo e, até à combinação de Brahimi com Abou, a equipa tremeu e o nervosismo saltou à vista. Mas, depois do empate, o FC Porto estabilizou e procurou ascender na partida, levando o jogo empatado para o intervalo. A superioridade portista era visível, mas o domínio ainda não era intenso. Ainda assim, o FC Porto chegava ao descanso com mais posse (57% - 43%), mais remates (6-3 / 3-2 enquadrados) e mais cantos.

No segundo tempo, os azuis e brancos efetivaram o seu domínio sobre o adversário e fizeram 45 min a um bom nível. Mais velocidade no jogo e reação à perda da bola e, acima de tudo, com o meio-campo a beneficiar da melhoria exibicional de Sérgio Oliveira que, durante o primeiro-tempo, fez uma exibição paupérrima.

Com o FC Porto em crescendo e a não permitir os acutilantes contra-ataques da equipa das Aves, foi com naturalidade que virou o resultado. Primeiro por Maxi e, depois, perto do fim por Corona que fechou a contagem e deu a machadada final. Endiabrado, o mexicano trouxe ao jogo a magia que Brahimi forçosamente não pode dar à equipa durante toda a partida.

DESTAQUES

IN

MAXI - O velhinho foi eleito o melhor jogador em campo. Naturalmente sem a disponibilidade física de outrora, o uruguaio soube gerir o seu esforço ao longo dos 90 min. Durante o primeiro tempo, muito devido aos contra-ataques que os avenses iam tentando lançar, foi pouco interventivo no ataque porém, nos segundos 45' assistiu-se ao inverso. Assegurado o domínio portista no terreno, foi possível a Maxi aventurar-se em tarefas ofensivas, de tal forma que fez mesmo o golo da reviravolta.

HERRERA - A extensão do treinador em campo. Herrera é, efetivamente, um pilar neste plantel. Não só como líder, mas também pela disponibilidade que oferece dentro de campo. Com um pulmão incrível o mexicano percorre todo o campo e desempenha todas as funções necessárias. Ora ataca, ora defende, assiste, desarma...incansável.

BRAHIMI/CORONA - O argelino estava a começar a fazer das suas. Marcou, causava desequilíbrios mas foi lesionado e teve de abandonar a partida. Para o seu lugar entrou um Corona em dia sim e a magia continuou.

DIOGO LEITE - Sabem a satisfação de ver um menino da formação no meio dos crescidos a jogar como se já estivesse ali há anos? Pronto, é mesmo isso.

OUT

LUÍS GODINHO - O ladrão de serviço. Já são do conhecimento geral os grandes atributos para a arbitragem deste senhor e, ontem, ficou novamente provado, auxiliado ao mesmo nível pelos seus assistentes e VAR. Durante vários minutos cheguei mesmo a duvidar se a Supertaça tinha video-árbitro tal era a pouca vergonha. Confirmei que sim e a vergonha revelou-se ainda maior. Godinho, disfarça um bocado. À cara podre não vale páh!

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