domingo, 19 de março de 2017

Dragão Sem Asas Para Voar

É ainda a quente e na ressaca de um resultado muito difícil de digerir que escrevo este post.

Falhamos! Falhamos na hora H, quando menos podíamos falhar e na pior ocasião possível. Muitos não acreditavam que alguma das equipas perdesse pontos até ao clássico e não só se perderam pontos como, lamentavelmente para nós, perdemos também.

Mas vamos ao jogo.
De levar as mãos à cabeça
No habitual esquema tático e com Corona a regressar após lesão para o lugar do castigado André A., os primeiros minutos trouxeram duas coisas no imediato: um FC Porto nervoso e a acusar a pressão de ascender ao primeiro lugar e um Vitória de Setúbal sem vergonha, que não olharia a meios para alcançar um resultado positivo.
Com o decorrer do tempo o nervosismo azul e branco dissipou-se, mas o mesmo não se pode dizer da pouca vergonha sadina, que a cada minuto que passava aumentavam os caídos no relvado.

A subir cada vez mais na partida, o FC Porto ameaçava e por duas vezes podíamos ter-nos adiantado no marcador mas o poste e, mais tarde, o jogador adversário em cima da linha negaram o golo azul e branco.
Marcar na primeira parte era importante, assim evitava-se uma equipa ansiosa no segundo tempo e a errar com a pressa de resolver o jogo rapidamente. Entrava o jogo nos descontos do primeiro tempo e o FC Porto inaugurava o marcador.
Parecia que o mais difícil estava conseguido, mas afinal não.

O segundo-tempo trouxe uma equipa adormecida, ao invés da procura pelo segundo golo e consequente tranquilidade, viu-se um FC Porto que já não se via há várias jornadas, baixar o ritmo e aos 11' da segunda parte o jogador Vitoriano silenciou um Dragão que não se cansou de puxar pela equipa.

Daí até final foi ver o tempo correr, e o anti-jogo dos visitantes cada vez mais forte. A segunda-parte, fruto da necessidade de chegar ao golo a todo o custo foi jogada mais com o coração do que com a cabeça, e a qualidade exibicional foi menor que aquela que se assistiu no primeiro tempo. Nos minutos finais NES, sem medo e em desespero, arriscou tudo mas o nulo manteve-se.

Depois de jornadas a fio a morder os calcanhares ao principal rival, vacilamos como nunca podia acontecer e não mostramos estofo de campeões. Quando mais que nunca era preciso manter a série de vitórias, empatamos. Quando mais que nunca era preciso um Soares a marcar há vários jogos consecutivos, esteve apagado.
O Dragão não teve asas para voar e a subida ao primeiro lugar acredito que tenha apenas sido adiada.

A desilusão por esta altura é enorme, principalmente depois de várias jornadas a ouvirmos que "ainda não estamos onde queremos estar", e de facto não estavamos mesmo onde queríamos, mas quando surge a oportunidade de tomar de assalto o 1º posto desperdiçamos em nossa casa perante 50.000 adeptos a oportunidade. Uma chatice!

Ir à Luz com um ponto de desvantagem mas porque nenhuma das equipas havia cedido pontos, é diferente de ir à Luz com menos um ponto porque desperdiçamos a oportunidade de subir ao primeiro e, quer se queira ou não, este empate foi uma vitória para eles, e serviu-lhes de balão de oxigénio.

Independentemente deste percalço, não se pode apagar a equipa que vimos nos últimos nove jogos, o futebol praticado e a raça que demonstraram.
Fizemos um pequeno desvio na estrada para o título mas nada que não pode ser recuperado na próxima paragem: Luz. Se tem de ser em casa deles onde finalmente passamos a estar onde queremos estar, então que seja! Sem medos e com a confiança inabalável.


Destaques:

Dragão (+) - Casa cheia para levar a equipa ao primeiro lugar. Ambiente incrível e um estádio que não se cansou de puxar pela equipa. Mereciam mais. Todos merecíamos mais.

Sem estofo (-) - Na hora da verdade trememos. Aquilo que era quase impensável depois de tanto tempo de perseguição aconteceu. Lamentavelmente temos de lidar e passar ao lado da situação porque na próxima jornada temos nova oportunidade e, desta vez, não se aceitam desperdícios.  

Visitante (-) - Chegou a ser ridículo o anti-jogo praticado pela equipa que visitou o Dragão, a começar pelo seu guarda-redes que desde o primeiro minuto que mostrou não ter qualquer problema em passar o tempo deitado no chão. Sem palavras.
Tivesse este jogo acontecido com a equipa das bandas da Luz e já só se falava na famosa mala, como foi connosco é vê-los criticar até os descontos dados pelo árbitro. À semelhança do Setúbal, sem qualquer tipo de vergonha na cara.

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