quinta-feira, 19 de outubro de 2017

(In)Experiência Europeia

Num jogo em que SÉRGIO CONCEIÇÃO surpreendeu, ao dar a titularidade a JOSÉ SÁ, também a equipa surpreendeu com a pior exibição da temporada. Num duelo que promete na luta pelo apuramento, a experiência azul e branca esbarrou de frente com a irreverência alemã e foi “de cadeira” que assistiu à primeira vitória de sempre dos germânicos na prova.

À partida para a terceira jornada da fase de grupos da LIGA DOS CAMPEÕES, o FC PORTO, com três pontos e recordista de presenças na prova, procurava dar sequência à brilhante vitória no Mónaco. Em contraste, o RB LEIPZIG, com apenas um ponto e vindo de uma derrota, na Turquia, procurava a primeira vitória na “Champions”.

No entanto, e perante os factos, históricos entre eles, o técnico azul e branco foi o primeiro a tentar ditar leis no jogo dentro das quatro linhas. CASILLAS, um veterano na “liga milionária” foi relegado para o banco. Miguel LAYÚN, héctor HERRERA e sérgio OLIVEIRA foram de novo titulares, repetindo assim a mesma estratégia usada no principado.

Na formação alemã, ralph HASENHÜTTL deixou de fora a habitual dupla atacante (em condições normais), timo WERNER e yurary POULSEN, e apostou numa equipa mais veloz e ágil. Com três médios criativos no meio campo, naby KEÏTA, kevin KAMPL e emil FORSBERG, todos eles muito fortes entre linhas, com marcel SABITZER, na direita, e o português BRUMA, na esquerda, e com jean-kévin AUGUSTIN na frente, os “touros vermelhos” foram uma constante dor de cabeça, principalmente no primeiro tempo.

Assim sendo, num início de jogo penoso para o FC PORTO, que simplesmente não tinha bola e mesmo sem ela demonstrava uma inabitual intranquilidade, foi do banco que a experiência (CASILLAS) viu a inexperiência (JOSÉ SÁ) comprometer, num remate aparentemente inofensivo de BRUMA, mas em que a deficiente abordagem do guarda-redes azul e branco permitiu a willi ORBAN colocar o LEIPZIG em vantagem. Estavam decorridos oito minutos.

Com um meio campo do LEIPZIG tremendamente eficaz, quer na pressão, quer depois no desenvolvimento das suas jogadas, com FORSBERG, KEÏTA e KAMPL a ganharem constantemente a bola entre linhas, explorando depois a veloicdade de SABITZAR, BRUMA e AUGUSTIN, e com a estratégia de CONCEIÇÃO a não surtir efeito (DANILO jogou quase sempre descompensado e HERRERA e SÉRGIO OLIVEIRA nunca conseguiram ligar com o ataque), o jogo do FC PORTO estava entregue às individualidades de yacine BRAHIMI (algumas vezes em exagero) e ao jogo direto para vincent ABOUBAKAR. Ainda assim, e na primeira vez que os dragões se acercaram da baliza de péter GULÁCSI, acabou por empatar. Num lançamento lateral de LAYÚN, e depois de ganhar duas vezes nas alturas, ABOUBAKAR voltou a marcar na LIGA DOS CAMPEÕES.

No entanto, o golo do FC PORTO, que devia ser sinónimo de alguma tranquilidade, manteve tudo na mesma, deixando o vice-campeão alemão com o controlo e domínio do jogo e com uma zona defensiva (incluindo o meio campo defensivo) em fanicos. E depois de vários desperdícios, com BRUMA e AUGUSTIN à cabeça, o LEIPZIG voltou à vantagem, por FORSBERG, que aproveitou mais um “facilitismo” da defesa azul e branca. Três minutos volvidos, aos 40, e quando ainda se festejava o golo da vantagem, mais uma vez a equipa portista a facilitar. DANILO a errar um passe na zona central do meio campo e depois de um ressalto em iván MARCANO é AUGUSTIN que, na cara de JOSÉ SÁ, aumenta a vantagem.

Com a tarefa assaz complicada e, acredito, com muitos adeptos a recearem um resultado mais pesado, a equipa de CONCEIÇÃO teimou e não sair da discussão do resultado e, em cima do intervalo, em mais uma bola parada (canto batido por ALEX TELLES), HERRERA assistiu MARCANO para o 3-2, e de novo incerteza no resultado.

No segundo tempo, o FC PORTO melhorou defensivamente, passando a recuperar mais bolas e obrigando o LEIPZIG a baixar a pressão e a apostar no contra-ataque. Com mais bola, CONCEIÇÃO colocou ÓLIVER torres no lugar de um “perdido” SÉRGIO OLIVEIRA, mas mesmo assim as principais jogadas de perigo eram da equipa alemã. Aos 62 minutos, BRUMA obriga MARCANO a um corte praticamente em cima da linha e 10 minutos depois AUGUSTIN em jogada individual remata a rasar a trave.

Na dança das substituições, jesús CORONA rendeu BRAHIMI para refrescar o lado esquerdo do ataque azul e branco enquanto HASENHÜTTL colocou WERNER e POULSON para refrescar ataque. E apesar do alemão ter obrigado JOSÉ SÁ a uma boa defesa, com um remate cruzado, foi o FC PORTO que se acercou sem efeitos práticos da área adversária. No entanto, e com alguns passes e cruzamentos inconsequentes, o melhor que se viu foi um cabeceamento de moussa MAREGA que saiu ao lado da baliza germânica.

Assim, num jogo em que o FC PORTO podia fazer valer a sua experiência para alcançar um resultado positivo, a mesma só valeu para manter a incerteza no resultado. Quanto ao resto, o que se viu no RED BULL ARENA foi um conjunto de inexperiências que resultaram numa sombra daquilo que os “dragões” já mostraram ser capazes de fazer. SÉRGIO CONCEIÇÃO voltou a errar na Europa e vê numa vitória daqui a 15 dias uma obrigação. Primeiro, a curiosidade de ver a resposta, já no sábado, na receção aos “castores”, e perceber igualmente se CASILLAS volta, ou não, à baliza. Tem a palavra o mister e os seus jogadores.

DESTAQUES

IN

LADO ESQUERDO - ALEX TELES e BRAHIMI foram o mas próximo do habitual “Porto”. Uma enorme diferença para o resto.

MARCANO - Participou em vários “apagões” defensivos mas além do golo em cima do intervalo, colocou o FC PORTO em jogo ao cortar o remate de BRUMA em cima da linha.

ÓLIVER/CORONA - A entrada do espanhol e do mexicano deram outra expressão ao jogo azul e branco. Titularidade à espreita?

OUT

LADO DIREITO - Além de não ter acertado um único cruzamento, LAYÚN não faz esquecer RICARDO pereira. Já MAREGA não se deu por ele.

SÉRGIO CONCEIÇÃO - Voltou a errar na Europa. Em três jogos, qual será o FC PORTO europeu?

BALIZA - Não se compreende a saída de CASILLAS, num jogo de tamanha importância. Que seja mera opção e que o próximo jogo dite o regresso da “lenda”.

por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul

2 comentários:

  1. Boa tarde, Muralha Azul.

    Transcrevo o comentário que fiz num outro blog Portista:

    "Como é possível verificar noutros comentários em diferentes posts e blogs, sou um confesso admirador e fã do Sérgio Conceição e, até agora, só lhe tenho a agradecer por tudo o que tem feito desde a sua chegada ao FC Porto. Contudo, isso não é impeditivo de o criticar quando necessário. Apostar em José Sá num jogo desta dimensão, foi algo desnecessário... Tendo Iker tanta experiência, capacidade de liderança e sendo uma voz de comando, não havia necessidade de fazer esta troca para este jogo. Mesmo que tivéssemos ganho ou mesmo que José Sá não tivesse tido influência nos golos sofridos numa perda de pontos que, infelizmente, se verificou, criticava a sua utilização pelos factores que enunciei. O nosso Mister surpreendeu com Sérgio Oliveira no Mónaco? Sim, surpreendeu mas é diferente apostar num jogador de campo do que num guarda-redes, sendo uma posição tão específica. Acredito que o Mister tenha apostado no José Sá para premiá-lo (sendo da opinião que o podia ter feito num outro jogo, que não tivesse uma importância tão acentuada) e por ter pensado que o Leipzig fosse entrar em campo com o Poulsen ou em 4-4-2 declarado e usufruir da sua elevada estatura (que mesmo assim, não me leva a concordar com a troca de guarda-redes).

    Outra troca na equipa com a qual não concordei, mas que acabo por entender, é a entrada de Miguel Layún. O mexicano sempre teve dificuldades a defender, contudo, na sua primeiro época no FC Porto jogava com confiança e sentia-se seguro a defender. Desde que o senhor Nuninho o quebrou mentalmente, que o lateral mexicano nunca mais voltou a ser o mesmo, nem nos jogos feitos pela sua selecção, pelo que observei na Taça das Confederações. Continuo o achá-lo um jogador de qualidade e muito útil mas que devia ser testado em zonas mais avançadas no terreno. Já o tem sido nas alas, mas pela sua qualidade técnica e precisão, gostaria que fosse experimentado no meio-campo. Ontem perdeu imensas bolas e foi "comido" em antecipação no meio-campo adversário por um jogador do Leipzig de forma incrível... A utilização dele, na minha opinião, deve-se pelo facto de Ricardo Pereira ter feito os 90 minutos na Taça de Portugal e pelo Miguel, frente ao Sporting, ter cumprido a sua tarefa. Mesmo assim, acho que teria sido preferível apostar no português no jogo de ontem e fazê-lo descansar no sábado.

    Mas o jogo não se resume a isto. Os alemães, apesar de não terem uma dinâmica de jogo extraordinária, que deixe o público a comentar as suas jogadas fantásticas, têm jogadores fortes, intensos e com boa capacidade técnica. E, tal como o Tribunal disse, foram melhores em tudo durante o jogo. Há que tirar de positivo os lances de bola parada, que foram bem aproveitados pelos nossos jogadores, mas corrigir os pontos negativos, nomeadamente, os erros defensivos que o nosso Mister e todos os adeptos Portistas sabem que não são normais na nossa equipa.

    Não é por este jogo menos conseguido que passámos a ser os piores... Há que manter coerência a nível emocional no fim de cada jogo (mas essa, infelizmente, nem sempre está presente em muitos dos nossos adeptos). Então, frente ao Monáco éramos uns reis na Europa, em Alvadade só não goleámos porque valeu ao Sporting ter Rui Patrício, e agora a época já está perdida? Os jogadores já são fracos? O treinador já não serve? Há que manter a calma. Continuo a acreditar nesta equipa técnica e nestes jogadores e deles só espero uma resposta no sábado, ao nível do que já nos habituaram nesta época!"

    Cumprimentos,
    BMF

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    1. Caro BMF,

      Efetivamente,o jogo frente aos alemães não abala aquilo que temos feito até então, e mesmo no que diz respeito ao apuramento para a próxima fase continua tudo em aberto.

      A exibição deixou muito a desejar e mesmo tendo nós perdido, o melhor até foi o resultado que leva a crer um jogo de um equilíbrio que não aconteceu, principalmente no primeiro tempo.

      No que diz respeito a José Sá também acho que o momento não foi o melhor. Certamente que SC já estaria preparado para as repercursões que a sua alteração iria causar e por muito que queira é praticamente impossível convencer-nos de que tudo não passou de uma opção técnica. Veremos o que daqui virá, resta desejar que a José Sá tudo corra pelo melhor.

      Abraço!

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