Ah e tal quer queiram quer não, uma goleada deixa sempre mossa.
Aí está a resposta ao desastre europeu. Depois da tempestade a meio da semana, veio a bonança para os lados do Dragão e, para infelicidade de muitos, foi esta a mossa que deixou na equipa: despachar o Rio Ave com uma goleada e um grande jogo.
Com uma surpresa na baliza, o FC Porto entrou praticamente a vencer. Sérgio Oliveira, com o pé quente, fez o quarto golo consecutivo em competições internas e adiantou a equipa no marcador logo aos 2'. Um golo tão cedo só pode ser benéfico e foi mesmo isso que se veio a comprovar. Numa altura em que os portistas entravam em campo ainda a lamber as feridas, o golo madrugador foi como devolver tudo à normalidade, estendendo a passadeira para uma exibição de grande nível.
Pese embora reconheça a boa época até ao momento da equipa de Vila do Conde e do futebol apelativo e de boas ideias que procura privilegiar, conseguido-o com algum sucesso, sou da opinião que para lá das boas ideias, o Rio Ave pratica ainda um futebol muito previsível que Sérgio Conceição e os seus pupilos tão bem têm sabido anular e tirar partido quando defrontam os comandados de Miguel Cardoso.
Com uma construção bem desde trás, é Cássio o primeiro homem do Rio Ave a quem é incumbida a função de iniciar o jogo da equipa, fazendo-o normalmente com passes para os centrais que alargam o terreno ou para Pele que recua até entre estes e que, posteriormente, procuram os seus laterais como linha de passe. Pressionando alto a zona de construção da equipa visitante e reduzindo as linhas de passe, permitiria recuperar muitas bolas ainda no meio-campo do Rio Ave ou obrigar o seu guarda-redes a bater longo e, aí, poder ganhar as primeiras ou segundas bolas. E foi mesmo isso que aconteceu. Soares, Marega, Corona e Brahimi pressionavam a linha defensiva rio-avista com auxílio de um dos seus médios, confinando o jogo visitante ao seu meio-campo defensivo e com poucas repercussões ofensivas.
20 min após o golo inaugural, era dada continuidade à boa entrada dos azuis e brancos com Soares a fazer o segundo depois da assistência para o primeiro golo. Já o tinha dito na análise ao jogo em Chaves, e volto a repetir. Fez bem o puxão de orelhas ao brasileiro, deu a melhor resposta e parece cada vez mais próximo do atleta que vimos chegar no inverno passado e que tão importante se veio a revelar.
A lição trazida para o jogo mostrava os seus frutos, apesar dos 59% de posse de bola da equipa visitante, contabilizavam apenas um remate (desenquadrado) à meia-hora de jogo.
A vencer por dois o FC Porto não abrandou, o Rio Ave concedia espaços e os portistas chegavam a zonas de finalização com grande facilidade. Marega aproveitou-se disso e, ao tentar assistir um golega, vê o seu passe desviado para a própria baliza por parte de Marcelo. Estava feito o terceiro.
Foi com 3 golos sem resposta que o jogo foi para o intervalo num domínio claro do FC Porto expresso nos números, onde apenas só não foi melhor na posse de bola: 7 remates contra 2; 4 enquadrados con 0 e 17 bolas na área adversária contra 8.

Apesar da boa entrada, o FC Porto voltaria a tomar conta das incidências do jogo e, com naturalidade, fazer mais dois golos. Marega depois de meio golo, marcou o quarta da partida e a 5 minutos do fim Soares bisava e fazia o quinto.
DESTAQUES:
IN
CASILLAS - Não esperava vê-lo a titular, mas congratulo. Da mesma forma que SC passou Iker para o banco por uma semana em que este não trabalhou como na máxima exigência, por coerência podia perfeitamente passar para o banco José Sá por este não estar ao nível do que se pedia. Todos contam, agora é a vez de Sá estar do outro lado.
SOARES - Dois golos e uma assistência do brasileiro. Para além disso, Soares registou quatro remates, dois deles enquadrados, e dois passes para finalização.
SÉRGIO OLIVEIRA - Fez o golo que abriu as portas à goleada. Porém, para além disso, terminou a partida com dois dribles eficazes em duas tentativas, 83% de eficácia de passe e seis desarmes.
OUT
PACIÊNCIA/OLIVER - Pena por não ver ser dado tempo de jogo a Gonçalo Paciência. É importante que não se tenha chamado o PL português para simplesmente fazer número. Se Gonçalo não entrou, Oliver teve mais sorte ainda que depois de ver o médio em campo fique sempre um sabor agridoce por não termos podido ver mais. O jogo ganha outro perfume nos pés do espanhol, gostava de o ter visto mais tempo em campo.
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