domingo, 11 de fevereiro de 2018

Soares Indica o Jamor

Depois de dois empates, sem golos quer no ALVALADE SEC XXI, para a LIGA NOS, quer em Braga na final da TAÇA CTT, o DRAGÃO foi palco da terceira supremacia portista sobre os leões. Num grande jogo, o nó, desatado por tiquinho SOARES, dá a vantagem ao FUTEBOL CLUBE DO PORTO na meia-final da TAÇA DE PORTUGAL PLACARD, vantagem essa que, no meu entender, só peca por escassa.
O clássico entre FC PORTO e SPORTING CP começou da melhor maneira, referindo-me às abordagens táticas por sérgio CONCEIÇÃO e por jorge JESUS. E em questões que abordarei o mais brevemente possível, os dois técnicos olharam para o jogo de forma diferente, mostrando, cada um, em função desse olhar sobre o jogo, o porquê de serem os dois melhores técnicos em Portugal.

SPORTING

JESUS entrou no DRAGÃO, o seu estádio das más memórias, com dois ausentes de peso e um objetivo: WILLIAM carvalho e bas DOST, os ausentes, e não perder, o objetivo. Juntando aos dois jogadores influentes na manobra da equipa, GELSON martins foi lançado mesmo que (bastante) condicionado mas, JESUS, sabendo que a decisão seria daqui a algum tempo em alvalade, correu, e bem, o risco. Com os dados, realço duas notas: Primeiro, o SPORTING apresentou-se com 3 centrais, cristiano PICCINI, sebastian COATES e jeremy MATHIEU. Sem WILLIAM, forte no jogo de posse, seria um risco fazê-lo no DRAGÃO com o meio campo habitual (sem WILLIAM) e que deixaria os (teoricamente) 2 atacantes portistas para apenas dois centrais, isso sim, um enorme risco. Assim, a subida de fábio COENTRÃO e stefan RISTOVSKI, nas alas, permitia, não só ter uma supremacia na zona de posse, como jogava em superioridade também no eixo defensivo. Depois, em segundo lugar, o técnico leonino sabe que, seydou DOUMBIA ou freddy MONTERO não são bas DOST, por isso, lançou o costa-marfinense entregando-lhe a função de "acasalar" com GELSON e alterando a forma de atacar. O jogo ofensivo seria entregue quase todo ao extremo português, que jogando em zonas mais centrais, apenas participou nas ações ofensivas, pertencendo a DOUMBIA a tarefa de o libertar (GELSON) de todos os momentos defensivos. Essa foi a ideia de "JJ".

FC PORTO

Mais uma vez utilizando o meio campo de combate com sérgio OLIVEIRA e héctor HERRERA (contando com a ausência de DANILO), CONCEIÇÃO adivinhando as opções de JESUS ou, com pura coincidência - embora admitindo no fim do jogo que adivinhara a defesa a 5 (3+2) -, apostou em explorar as alas ofensivas. Assim, com SOARES e moussa MAREGA como os dois homens da frente, cada um descaiu para uma das alas, preferindo o técnico portista atacar a ala defendida por COENTRÃO. Aí, por exemplo, caíram, não só o extremo posicional, no caso jesús CORONA, e o lateral bastante ofensivo, RICARDO pereira, como ainda alternadamente, OLIVEIRA e HERRERA, mas principalmente MAREGA. Confesso que, quando vi HERNÂNI entrar, fiquei com pena de COENTRÃO e de ACUÑA tal tinha sido o massacre até então. Com a estratégia, CONCEIÇÃO obrigava um dos centrais a sair da zona de conforto abrindo aí espaço nas zonas de finalização. Ganhando ainda quase sempre as alas em superioridade, o FC PORTO construiu a sua posse de bola e os lances de maior perigo.

Em relação ao jogo, bastante equilibrado naquilo que eram as pretensões dos técnicos, vencer, para um, e não perder, para outro, teve um ascendente azul e branco, mais rápido e mais objetivo. Com yacine BRAHIMI uns furos abaixo que o habitual, a dupla OLIVEIRA - HERRERA tomou conta das operações enquanto o SPORTING procurou em todas as jogadas GELSON para este, individualmente, resolver um problema coletivo. E, embora o filme dos 45 minutos fosse igual aos outros 180 entre leões e dragões, o FC PORTO podia perfeitamente ter ido para o intervalo a vencer mas, quer rui PATRÍCIO perante BRAHIMI, respondendo a iker CASILLAS, quer o poste perante OLIVEIRA, ainda o cabeceamento de SOARES ao lado e os centímetros a menos de HERRERA, mantiveram o nulo.

No segundo tempo, o FC PORTO acentuou o domínio, apesar de o SPORTING ter entrado mais confortável, e SOARES acabou por mudar o guião de um filme já visto e revisto. Aos 60 minutos, respondendo da melhor maneira ao cruzamento de OLIVEIRA, fez com que PATRÍCIO ficasse apenas a ver a bola entrar junto ao poste. SOARES, que ainda apontou, tal como na sua estreia - também no DRAGÃO frente ao SPORTING -, ao bis, mas PATRÍCIO negou a possibilidade.

O SPORTING só nos últimos minutos tentou mudar o rumo da história, já com RÚBEN ribeiro e freddy MONTERO, mas além de o fazer tarde demais, acabou por se expor e também o FC PORTO, com OTÁVIO e gonçalo PACIÊNCIA em campo, e com mais espaço no meio campo ofensivo, podia ter ampliado a vantagem, mas o momento da decisão nunca foi o melhor.

Numa partida onde fica a ideia que JESUS podia ter arriscado um pouco mais, vindo ao DRAGÃO com menos ousadia do que VITÓRIA SC ou RIO AVE FC por exemplo, o golo de diferença acabou por ser lisonjeiro para a demonstração de força da equipa de CONCEIÇÃO. Ainda assim, ao quarto clássico, o FC PORTO, marcando o seu primeiro golo, continua sem sofrer e transporta a confiança para o jogo da segunda mão, onde até o empate serve para carimbar a viagem ao JAMOR. Ganhar foi importante, ganhar e ser melhor foi especial. E o estádio de Oeiras está à vista.

DESTAQUES

IN

CONCEIÇÃO - O técnico portista preparou da melhor maneira o clássico e acaba por seguir para Lisboa em vantagem e com a baliza inviolável. Parabéns CONCEIÇÃO.

RICARDO - As ações do lateral português não foram mencionadas no texto, mas RICARDO esteve fantástico e fisicamente impressionante. Tive, duplamente, pena do COENTRÃO.

HERRERA-OLIVEIRA - Sérgio OLIVEIRA esperou e finalmente parece ser uma opção segura e que acrescenta qualidade, a defender e a atacar. No entanto, falar no português sem mencionar HERRERA seria injusto. Mais uma excelente prestação do mexicano.

SOARES - Foi frente aos leões que o brasileiro fez asneira. Após a reprovação pública do técnico, tudo acabou por ficar sanado e o jogador de volta às opções. O golo é a prova que o puxão de orelhas fez efeito.

OUT

CADEIRAS VAZIAS - Na primeira vitória em clássicos foi estranho ver as bastantes cadeiras vazias.

SPORTING - Não retiro mérito a JESUS pelas abordagens táticas em função dos jogadores disponíveis, mas esperava mais da equipa leonina. Assumir uma postura ofensiva a partir dos 85 minutos é pouco e explica muito do que é o SPORTING em clássicos.

por Fábio Daniel Ferreira

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