domingo, 4 de fevereiro de 2018

Sem Perder a Cabeça

Depois do desaire frente ao Moreirense no Comendador Joaquim de Almeida Freitas, o FC Porto recebeu um sempre complicado SC Braga onde não era permitido acusar a pressão do empate a meio da semana. Voltar às vitórias e regressar ao topo da tabela classificativa era preponderante.

De volta ao 4-4-2 clássico de Sérgio Conceição, o treinador portista apostou num meio-campo onde a surpresa foi Sérgio Oliveira a fazer
dupla com Herrera e ainda com Corona na asa direita da equipa portista.

O FC Porto entrou a pressionar alto e a condicionar a construção bracarense desde trás, permitindo aos azuis e brancos recuperar muitas bolas ainda no meio-campo da equipa visitante. Ao contrário do que aconteceu em Moreira de Cónegos, o FC Porto subiu ao relvado esclarecido e com vontade de atacar a baliza adversária desde cedo, colorindo o resultado com uma exibição sólida, de qualidade e que anulou quase na totalidade a equipa bracarense.

Com o meio-campo portista em perfeita sintonia, S. Oliveira e Herrera desdobraram-se por todo o terreno do jogo, ora atacava um e defendia o outro, o melhor elogio à exibição destes dois atletas foi mesmo não dar-se pela falta de Danilo, um verdadeiro pilar no 11 portista. Foi mesmo dali, do miolo dos dragões, que surgiria o golo inaugural da partida. Não é muito habitual vê-lo fazer golos assim, mas foi de cabeça que Sérgio Oliveira abriu o ativo logo aos 13 min coroando da melhor forma a entrada em jogo do FC Porto, numa altura em que se registavam uns expressivos 64% de posse de bola para a equipa da casa.

No primeiro remate à baliza, o SC Braga empatou a partida. Raúl Silva fugiu à marcação de Reyes (o único erro do central) e finalizou com um toque de classe sem que nada pudesse fazer José Sá.

O FC Porto não se deixou abater pelo golo do empate e continuou apostado em seguir a lição estudada para este jogo. Mantendo a calma, a qualidade no jogo também se manteve, os Portistas continuaram a fazer bem o que tinha de ser feito e, rapidamente, colocaram-se de novo na frente do marcador. Novamente de cabeça, mas desta vez por Diego Reyes, o central mexicano foi lá acima e colocou a bola longe do alcance de Matheus, redimindo-se da melhor forma do erro cometido no golo do Braga.

Era importante não perder o discernimento aquando do golo visitante evitando quebras na equipa e algum nervosinho que só prejudicaria. Tal não aconteceu, e o FC Porto restabeleceu a vantagem antes do intervalo. À ida para os balneários os Dragões dominavam em  todos os capítulos do jogo: 10 remates contra 4; 3 enquadrados contra apenas 1; 60% de posse de bola e uma percentagem de passe de 75%. Mais que justa a vantagem da equipa da casa.

O segundo tempo foi mais dividido, o SC Braga entrou melhor e a partida ficou mais repartida. O FC Porto não manteve o controlo como o fez no primeiro tempo com J. Sá a ser preponderante para manter a vantagem dos portistas, com uma defesa de grande nível ao remate de Paulinho aos 61'.

Numa altura em que os minhotos tentavam anular a desvantagem o FC Porto fez o terceiro, colocando um ponto final no resultado. Alex Telles fez a terceira assistência para golo e Aboubakar colocou o marcador em 3-1.

Vitória justíssima do FC Porto, frente a um adversário aguerrido e com ótimos executantes, dando a melhor resposta ao percalço da última terça-feira.

DESTAQUES:

IN

SÉRGIO OLIVEIRA - Melhor em campo neste jogo. A jogar pela primeira vez num meio-campo com duas unidades fez, porventura, dos melhores jogos de azul e branco. Para além do golo apontado, contabilizou dois passes para finalização, quatro dribles eficazes e 73 interações com a bola. No capítulo defensivo esteve igualmente em grande plano, vencendo 14 das 23 disputas em que esteve envolvido, e foi o atleta com mais desarmes, sete.

ALEX TELLES - Bem, que jogador. Totalista neste FC Porto, o lateral esquerdo brasileiro joga sempre e bem. Numa altura em que se levantam algumas questões relativamente ao nível físico de certos atletas, Telles, parece não saber o que isso é. Ataca, defende num vai-vem constante. Colocou 15 vezes a bola na área contrária e somou nove acções defensivas, entre as quais quatro desarmes e três intercepções. Jogaço.

DE CABEÇA NO TOPO -  3 golos, 3 cabeceamentos certeiros. Foi à cabeçada que o FC Porto ascendeu ao topo da classificação e despachou o Sp. Braga sempre servidos de bandeja por Alex Telles. O poderio portista nas bolas pelo ar é uma certeza, não só ao nível ofensivo como defensivo. Aliás, o FC Porto é a equipa que mais duelos aéreos vence na europa:  57,2% ofensivos e 69,5% defensivos.

Sem comentários:

Enviar um comentário