segunda-feira, 31 de julho de 2017

"Quem Quer Ser Estúpido?" Com Luís F. Vieira

Se há uns anos a RTP tinha na sua grelha de programação o famoso "Quem Quer Ser Milionário?", Luís Filipe Vieira, sempre preocupado em colocar o seu clube na vanguarda, vai trazer para o canal BTV o "Quem Quer ser Estúpido?". 

Este programa vanguardista, que consiste em passar um atestado de estupidez a todos aqueles que nele ambicionam participar, terá Luís Filipe Vieira, perito em fazê-lo, como seu apresentador. Quem melhor para dirigir um concurso como este? 

Por forma a promover este espetáculo que em breve estreará, LFV passou hoje, 31 de Julho, um atestado de estupidez a todos aqueles que ouviram a sua conferência de imprensa dizendo:

Ora, das três, uma: ou o presidente do Benfica acredita mesmo que as pessoas são estúpidas; carece de uma gigantesca falta de vergonha, que lhe permite proferir afirmações como esta; ou é muito distraído. Sinceramente não sei qual das opções escolheria. Que tal usar a ajuda 50/50?

Pergunto: Mas haverá alguém que acredita no que disse o Vieira?

Diz o querido líder que nunca ouviu falar em claques, mas o mesmo não pode dizer Paulo Gonçalves, diretor jurídico do clube que este preside. Ora vejamos:

Clicar para aumentar. (Notícia na integra aqui.)
Só por aqui facilmente fica desmontada esta mentira que LFV veiculou perante as câmaras e microfones da comunicação social. Vieira deve ser mesmo distraído para nem se aperceber do que anda a dizer o seu diretor jurídico.

Mas a distração do presidente benfiquista não se fica por aqui. LFV é tão distraído que nem sabia que o estádio do seu clube dava guarida a um desses meramente "grupos organizados" de que fala. É que para os menos informados a sede de uma das claques...perdão, grupos, era dentro do estádio da luz, onde, inclusivamente, já foram feitas rusgas e encontrados alguns brinquedos nada inofensivos.
Clicar para aumentar. (Notícia na íntegra aqui.)
A própria notícia, não só comprova a distração de Vieira, como apanha outro diregente benfiquista a mentir, quando Paulo Gonçalves diz que: "Não apoiamos porque não cumprem os requisitos da Lei." Mas então!? Esqueçam, não vale a pena.

Como se não bastasse, outra dos "grupos organizados" apresenta-se na sua pagina de facebook como "grupo ultra de apoio ao Sport Lisboa e Benfica". 

Não é preciso andar muito por dentro do assunto para se perceber que um grupo ultra vai muito para além de um simples grupo organizado. Mero grupo organizado esse que tem direção e, pasme-se, sócios! Com o pedido de formalização a tal a estar disponível na sua rede social. Para os interessados em fazerem-se sócios aqui fica o comprovativo:

Perante tudo isto, até me escuso a ir buscar a notícia de há uns meses que dava conta do parecer da PSP em que fazia referencia ao apoio prestado pelo benfica aos seus "grupos organizados".

Neste sentido, e porque até sou boa pessoa, deixo uma dica ao presidente LFV: Primeiro-ministro, sabemos que é um visionário, mas ao contrário do que possa pensar, nem toda a gente come gelados com a testa. Lamento dizê-lo, mas o "Quem Quer Ser Estúpido?" não terá grande audiência.

domingo, 30 de julho de 2017

Os Reforços do FC Porto - Parte 2

Ontem, aqui na Muralha, foi publicada a primeira de duas partes de análise aos reforços que compõem o atual plantel azul e branco. Se na primeira parte foram analisados os primeiros cinco, hoje é tempo de nos debruçarmos sobre os restantes.
Em traços gerais é possível perceber que, atualmente, a defesa é porventura o setor que mais opções e de qualidade oferece, juntando os reforços aos que já integravam o plantel na época transata.

Vamos então olhar para os que faltam.

Mikel Agu

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Idade: 24 anos
Anterior clube: V. Setúbal
Nº de jogos: 34
Formado no FC Porto, destacou-se na equipa B em 2013/14 e fazia parte dos planos de Lopetegui na sua primeira época, porém, uma lesão grave na pré-temporada afastou-o do lugar no plantel que ambicionava dando lugar a Rúben Neves. Após a lesão, seguiu-se um empréstimo não muito bem sucedido ao Club Brugge onde apenas fez 2 jogos a titular. Só na época passada voltou a dar melhor conta de si no Vitória de Setúbal e regressou para substituir, curiosamente, Rúben Neves. Mikel tem como pontos fortes a sua grande capacidade física e jogo aéreo, contudo demonstra algumas fragilidades na construção de jogo com uma qualidade de passe que não é acima da média. Neste sentido, é um jogador mais voltado para destruir o jogo adversário, podendo ser útil quando a equipa precisar de segurar o jogo e ganhar o controlo do meio-campo. Tendo em conta o atual modelo do treinador Sérgio Conceição não vejo o jovem nigeriano como a segunda opção a Danilo, tendo André André e até Herrera, que até não costuma jogar tão recuado, à sua frente. Sérgio pede aos seus médios para vir buscar jogo a zonas mais recuadas e construir desde aí, algo que até já fez denotar em Danilo Pereira algumas dificuldades. Perante isto, não vejo vida facilitada para o jogador, que tem a seu favor o facto de ser formado no clube para a inscrição nas competições europeias.


Sérgio Oliveira

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Idade: 25 anos
Anterior clube: Nantes
Nº de jogos: 6
Atualmente com 25 anos e entre saídas e empréstimos, é talvez a última oportunidade de Sérgio Oliveira se afirmar como jogador do FC Porto. Prometia muito, e cedo lhe foi colocada um cláusula de 30 milhões de euros, mas de azul e branco nunca mostrou nada de grande relevo, ao contrário do que fez no Paços de Ferreira e na seleção sub-21, onde era um dos indiscutíveis de Rui Jorge. Não esperava muito de Sérgio Oliveira esta pré-temporada, mas o que é certo é que gostei do pouco que foi possível ver dele. Às já reconhecidas valências do jogador - a qualidade de passe e remates de longe - juntou-lhe velocidade e maior intensidade no seu jogo contudo, a sua pouca utilização nesta pré-época, poderá querer dizer alguma coisa, ainda para mais num setor para onde existem muitos atletas. Terá Sérgio Oliveira espaço no plantel?



Hernâni

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Idade: 25 anos
Anterior clube: V. Guimarães
Nº de jogos: 35
Não sei se serei o único, mas ainda não estou convencido com Hernâni. O extremo português tem algumas características que nos podem ser úteis, mas o que é certo é que só no jogo com o Portimonense é que deu melhor mostra de si. É rápido e bom tecnicamente, mas decide demasiadas vezes mal e tem demonstrado grandes dificuldades em integrar o jogo da equipa, passando demasiadas vezes ao lado do jogo. Se tivermos um Hernâni mais parecido com aquele que vimos contra a equipa algarvia, acredito que possa trazer algumas mais-valias à equipa, essencialmente em jogos que estejam mais partidos,  onde se explore o espaço e se imprimam contra-ataques. Contudo, fruto das suas características (precisando de espaço para executar) e da dificuldade em muitas vezes aparecer na partida, não o vejo como o jogador capaz de desbloquear um jogo fechado como certamente nos depararemos muitas vezes. Embora não esteja convencido enquanto a Hernâni, estou convicto de que fará parte do plantel da próxima época.


Marega


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Idade: 26 anos
Anterior clube: V. Guimarães
Nº de jogos: 31
Primeiro que tudo devo dizer que não sou fã de Marega, não mesmo. De todos os regressados esta época ao FC Porto é o que menos acrescentará à equipa, na minha opinião. Como tal, não ficarei muito feliz se for com ele que os azuis e brancos esperam dar cobertura à dupla Soares e Aboubakar. O facto de ter sido dos melhores marcadores do campeonato passado não me faz mudar de opinião, acima de tudo porque não consigo gostar de vê-lo jogar. Reconheço-lhe o esforço, mas a isso só lhe acrescento o grande poderio físico que lhe possibilitou fazer vários golos na época passada. Não o vejo para um clube acima do nível de um Vitória de Guimarães. Marega chegou tarde e isso não joga a seu favor, e nem esperava vê-lo a jogar tanto esta pré-época tendo em conta as palavras de Sérgio Conceição a seu respeito (quem não sabe do que falo pode ver clicando aqui). Outro ponto a seu desfavor é o facto de até agora ter sempre jogado só na frente. Gostaria de o ver acompanhado de Soares ou Aboubakar para perceber o que pode acrescentar de diferente ao jogo portista. A ver vamos.


Aboubakar


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Idade: 25 anos
Anterior clube: Besiktas
Nº de jogos: 38
Como o melhor fica para o fim, falemos de Aboubakar. Sim, o melhor. A par de Ricardo vejo Aboubakar como o grande reforço do FC Porto na próxima temporada. Se muitos concordam que o ataque não está fragilizado após a saída de André Silva, é a ele que se deve. Atualmente, Aboubakar é melhor que o jovem vendido ao AC Milan e, para além de golos, acrescenta uma disponibilidade única que, juntamente com Soares, farão uma dupla de peso que, aliás, já vem mostrando isso mesmo. Ainda que por vezes meio trapalhão, sabe ter bola, aguentar e cansar a defesa, juntando-lhe golos. No esquema de Sérgio Conceição assenta como uma luva, até porque com a pressão alta que começa logo sobre defesa contrária que o treinador portista pretende, que mais se poderia querer do que um avançado extremamente combativo como Aboubkar? Na época em que começou a titular com Lopetegui, saiu muito prejudicado, essencialmente porque andava sempre muito longe da baliza adversária. As suas declarações não caíram bem a ninguém durante o seu empréstimo aos turcos do Besiktas, mas o que é certo é que não foi bem tratado no FC Porto, não esquecer que foi chutado para canto para dar lugar a Depoitre. Dói só de pensar, não é verdade? Certo é que, face às dificuldades financeiras atuais, dificilmente arranjaríamos uma opção tão válida quanto o camaronês. Falta só renovarem-lhe contrato, que não acredito que não acontecerá.

Passada em revista os 10 reforços que integram o próximo plantel, lanço novamente uma questão: Qual ou quais os atletas que poderão ter um papel de maior preponderância na nova época?

sábado, 29 de julho de 2017

Os Reforços do FC Porto - Parte 1

Depois de no último post a Muralha Azul ter traçado aquelas que são as principais ideias do FC Porto de Sérgio Conceição, segue-se o segundo de três artigos de análise, desta vez aos reforços do plantel azul e branco.

Entre regressos e contratações, são 10 os atletas que integram atualmente o plantel portista com prespetivas de fazerem parte do grupo que lutará pela reconquista do título de campeão nacional. 

Numa altura em que o FC Porto atravessa um momento de maior instabilidade financeira, viu-se obrigado a contornar este obstáculo com recurso aos jogadores emprestados, aposta como há muito não se via para os lados do Dragão.

Curiosamente, a época transata terá sido, porventura, das mais proveitosas em termos de potenciação dos ativos portistas com boa parte deles a fazerem parte do 11 inicial das suas equipas e, na maioria, a ser do interesse das mesmas a sua contratação em definitivo, de tal forma que já tivemos de engolir as declarações de alguns que muita celeuma nos causaram.

Vaná   

Idade: 26 anos
Anterior clube: Feirense
Nº de jogos: 29
Até ao momento é a única contratação do FC Porto. A sua chegada surpreendeu não só por não se prespetivar, mas também por reforçar um setor que não carecia de alternativas. Antes de vestir de azul e branco, Vaná foi apontado aos dois rivais de Lisboa, o que a somar às boas exibições no seu anterior clube, ajuda a atestar a sua qualidade. Vejo na sua contratação uma questão de aproveitamento da oportunidade, mais no sentido de salvaguardar a próxima época com a possível saída de Iker. Vaná era, sem dúvida, um dos grandes valores das balizas do campeonato português, porém, a sua utilização esta época será certamente muito residual.


Ricardo Pereira

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Idade: 23 anos
Anterior clube: Nice
Nº de jogos: 30
Que categoria. É impossível não ficar deliciado com aquilo que tem demonstrado até ao momento Ricardo Pereira. Rápido, consistente, muito forte a atacar e sólido a defender e, muito importante, versátil. O jovem português pode jogar não só à direita da defesa, no ataque, mas também dá uma perninha no lado esquerdo defensivo, ainda que não parece vir a ser necessária essa opção. Se há jogador a quem o empréstimo fez bem, esse é Ricardo Pereira. Chegou como extremo, mas foi Lopetegui que viu nele as características necessárias para jogar em terrenos mais recuados, posição reforçada após os 2 anos no Nice como titular indiscutível que fizeram dele um senhor lateral. E pensar que custou ao Vitória de Guimarães 1.6 milhões de euros. Para já, parece ter relegado Maxi para o banco e tem tudo para ser um dos grandes "reforços" desta época. Um pedido: renovem-lhe o contrato e aumentem a cláusula, é que 25 milhões são trocos. Obrigado!


Diego Reyes


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Idade: 24 anos
Anterior clube: Espanyol
Nº de jogos: 35
O central mexicano vai para o quinto ano nos quadros do FC Porto. Chegou muito novo à Invicta e era visto no seu país como uma grande promessa, sendo ainda aposta no 11 inicial da sua seleção, tendo custado aos cofres portistas 7 milhões de euros. Chegou a fazer alguns jogos a titular mas nunca convenceu nos tempos em que fez parte do plantel azul e branco. A última época ao serviço do Espanyol, terá sido aquela mais bem conseguida para o ainda jovem central mexicano. No meu ponto de vista, Diego Reyes, juntamente com Indi, constituem ótimas opções para os lugares de Felipe e Marcano e o último ano em Espanha permitiu ao central amadurecer e ganhar a confiança que lhe faltou no passado, ao ponto de ser considerado no país vizinho como um dos melhores centrais do campeonato. Ora, quando se tem nos quadros um jogador de 24 anos, dos melhores numa posição num grande campeonato como é o espanhol só pode ser benéfico para o clube. O pouco que ainda deu para ver esta pré-temporada revelou um jogador bem mais seguro, a cometer poucos erros e muito concentrado. Destaco-lhe o bom jogo de cabeça, porém continuo a ver na sua compleição física uma grande lacuna. É um jogador muito parecido com Marcano, não só fisicamente, como na forma de atuar, ambos com um bom jogo de pés.


Martins Indi


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Idade: 25 anos
Anterior clube: Stoke City
Nº de jogos: 37
O empréstimo de centrais como Indi e Reyes, mostram que o FC Porto tem efetivamente qualidade que pode agora ser aproveita, e demonstra também o erro que foi cometido na época passada com a contratação de Boly. Não só foi caro, como não é melhor que nenhum destes dois e acabou emprestado a uma equipa do segundo escalão inglês. Gosto de Indi, ponto. É forte fisicamente, autoritário e tem aquela agressividade que se exige a um central e, para além disso, passou com distinção o teste que é jogar no campeonato inglês sendo titular da equipa do Stoke City. Não teve vida fácil no FC Porto, essencialmente na época com José Peseiro onde foi ultrapassado por Chidozie nas preferências do treinador. Nesta pré-temporada, teve mais oportunidades que Reyes, até porque chegou mais sedo e sem lesões, e quando jogou cumpriu. Se acho Reyes mais parecido com Marcano, Indi assemelho-o a Felipe, essencialmente pelo seu poderio físico e agressividade. Com o Portimonense foi possível vê-lo ao lado de Reyes e o melhor elogio que se pode fazer à dupla é que não se notou a diferença. Se ambos ficarem no plantel terá de ser feita uma gestão muito competente da parte de Sérgio Conceição, ainda para mais com ambos a entrar em final de contrato. Renovação precisa-se, também aqui.


Rafa Soares


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Idade: 22 anos
Anterior clube: Rio Ave
Nº de jogos: 38
Foi prometida a sua presença no plantel portista pelo presidente já na época transata, não se verificou e o defesa esquerdo da cantera portista acabou emprestado ao Rio Ave. Também ele aproveitou muito bem a oportunidade concedida e o clube que o recebeu foi o ideal para crescer na primeira liga. Nesta pré-temporada tem competido com Layún para ser a segunda opção na lateral esquerda, mas não terá vida fácil. A seu favor joga, essencialmente, o facto de ser jogador da formação, o que facilita a inscrição de jogadores nas competições europeias. Rafa tem qualidade para ser uma alternativa segura a Alex Telles e o empréstimo a temporada passada deu para perceber o seu forte pendor ofensivo, muito importante no atual esquema portista, tendo feito 3 golos e 5 assistências ao serviço do Rio Ave, números positivos para o atleta.


A análise aos reforços para o zona mais recuada, dá mostras de que a defesa é o setor que maior número de opções oferece e todas elas de grande qualidade, que devem ser muito bem aproveitadas pelo clube. Amanhã será publicada a segunda parte deste artigo com a análise aos restantes cinco jogadores. Para já deixo algumas questões: Qual o jogador do setor defensivo que mais se destacou no seu empréstimo? Qual é aquele que mais condições tem para se afirmar no presente/futuro de azul e branco? 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O FC Porto de Sérgio Conceição - Primeiras Notas

Chegados que estamos ao início do campeonato, inicia-se também aqui, na Muralha Azul, a nova época. Para abrir as hostes, deixo já os meus desejos para o ano futebolístico que aí vem: espero que a próxima época seja sinónimo do regresso àquilo que até há quatro anos atrás era normal, ou seja, um Porto campeão, a jogar bem, de chama alta e a colocar no devido lugar aqueles que, nos últimos anos, tanto se têm tentado por em bicos de pés. Se possível, com uma boa campanha europeia. Penso que não seja pedir muito e tenho a certeza que é um desejo comum a todos os que seguem as opiniões deste espaço.

O campeonato 2017/18 está já aí e, com algumas semanas de trabalho, já se podem começar a fazer determinadas análises àquilo que vai dando mostras a equipa azul e branca. Os próximos dias aqui na Muralha servirão para analisar o FC Porto de Sérgio Conceição, o plantel portista e os seus reforços.

Comecemos, por isso, pelo FC Porto de Sérgio Conceição.

Para começar, devo dizer que para mim este FC Porto está a ser uma agradável surpresa. Estou a gostar bastante daquilo que vão mostrando os pupilos do treinador portista. É cedo, é verdade, e a pré-época não passa disso mesmo. Todos nós nos lembraremos de pré-temporadas que muito prometiam e que depois não passaram disso mesmo (o FC Porto de Paulo Fonseca - para mim, o exemplo mais gritante) e outras que não deixaram água na boca mas que deram origem a épocas brilhantes (o caso do FC Porto de Vilas-Boas). Quero com isto dizer que para já estão a reunir-se condições para que aguardemos a próxima época com boas expectativas, mas não podemos, isso sim, embandeirar em arco e julgar que vamos levar tudo na frente.

Perdoem-me aqueles que, ao contrário de mim, não ficaram surpreendidos com aquilo que tem demonstrado este FC Porto. Honestamente, não esperava uma equipa que proporcionasse um futebol tão atraente como aquele que tem tentado imprimir ao seu jogo. Aliás, as próprias declarações de Sérgio Conceição à revista "Dragões" convenceram-me disso mesmo: "Para mim, jogar bem é ganhar". Ora, esperava acima de tudo um FC Porto resultadista, que jogaria mais assente na garra e atitude do que propriamente na qualidade do seu futebol. Para já, redondamente enganado (e ainda bem).

As notas que retiro daquilo que foi possível observar até ao momento desta pré-temporada são as de um FC Porto de pendor bastante ofensivo, pressionante, que procura jogar pelo campo todo e em colocar muita gente em zona de finalização.

A pressão alta desta equipa é talvez o que salta mais à vista e algo que a mim muito me satisfaz. A necessidade de recuperar rapidamente a bola e de provocar o erro adversário é constante e tem sido um sinal mais até agora.

A importância dos laterais será reforçada na próxima época, com estes completamente lançados para o ataque a funcionarem quase como segundos extremos, libertando as asas da equipa para terrenos mais interiores ou aparecerem em zonas de finalização. Passa muito por aqui outra das grandes alterações no futebol praticado até ao momento: a de colocar muita gente em zona de finalização.

Relativamente a esta última, é algo que não vínhamos estando habituados nos últimos tempos, mas Sérgio Conceição está apostado a inverter esse indicador. Os jogos de pré-temporada têm mostrado um FC Porto a chegar-se à frente com muitos homens, a criar diferentes oportunidades para assistir e desequilibrar na área adversária o que, contra adversários fechadinhos como os que nos deparamos no futebol português será, com certeza, fundamental.

A isto soma-se ainda, uma equipa que se procura estender por todo o campo, ocupando as entrelinhas e construindo com rapidez e envolvência.

Lá atrás, na defesa, esta parece seguir a tendência positiva da época passada, ainda que com uma grande alteração na forma de defender. A grande projeção dos laterais da equipa faz recuar o médio mais defensivo que funciona como um terceiro central. A grande reação à perda e pressão alta é benéfica, mas pode representar um problema contra equipas que saibam circular rapidamente a bola, aproveitando os desequilíbrios que as zonas de pressão proporcionam a quem ataca. 

Estes são aqueles que aponto como os indicadores essenciais que se vão vislumbrando no FC Porto de Sérgio Conceição.

Para terminar, passo a bola aos nossos leitores: Está esta equipa a surpreender no futebol apresentado? O que mais vos merece destaque no atual modelo de jogo do FC Porto? Deixem as vossas opiniões.