quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Dar Um Desconto Aos Maus Hábitos

Depois de uma estreia prometedora, na LIGA NOS, com a chapa cinco ao CD CHAVES e, numa semana em que o nome de moussa MAREGA esteve no centro das atenções, o FUTEBOL CLUBE DO PORTO acabou por sair vivo do JAMOR. E se é certo que este BELENENSES SAD de SILAS mostrou não ser uma equipa qualquer, a de sérgio CONCEIÇÃO podia ter evitado todo o sofrimento.

Sem vencer em casa da equipa de Belém nas duas últimas épocas, CONCEIÇÃO apostou no mesmo onze que despachou o CD CHAVES na jornada inaugural. Assim, MAXI pereira continua senhor do lado direito da defesa, diogo LEITE vai cimentando o seu lugar no eixo, ao lado de FELIPE e, na frente, quer OTÁVIO, quer ANDRÉ PEREIRA continuam a ser aposta. Ora, se MAXI e LEITE têm cumprido com aquilo que é a exigência defensiva dos azuis e brancos, MAXI tem sido mesmo uma das figuras neste arranque de época, já vejo no brasileiro e no portugês que jogam na frente alguma inconstância. Um OTÁVIO capaz do melhor e do pior e um ANDRÉ PEREIRA ainda longe do melhor entrosamento com o resto da equipa, até porque habitualmente naquela posição estavamos habituados a ver... MAREGA.

Ainda assim, e reconhecendo o valor da equipa que estava diante de si e ainda com um relvado que nem no CNS deveria ser aceitável, o FC PORTO começou o jogo com bola e, apesar de um pouco aos trambolhões, e com demasiadas bolas lançadas em profundidade, ia conseguindo evitar as saídas do BELENENSES. No entanto, e apesar de uma primeira ameaça dos azuis do Restelo, os dragões responderam em dose dupla. Primeiro, foi ANDRÉ PEREIRA que cabeceou à trave e, pouco depois, foi LEITE que, ao terceiro jogo e, também de cabeça, se estreou a marcar pela equipa principal, descansando dessa forma os adeptos que se deslocaram a Oeiras.

Com o mais difícil feito, que era chegar à vantagem, mesmo sem um jogo fantástico, a segunda parte começou com o golo de OTÁVIO, que aproveitou um erro de DALCIO gomes e, com o golo veio a sensação de dever cumprido e mais três pontos no bolso. Eu, pensei assim, porém não podia estar mais errado.

O golo do brasileiro que, mesmo com altos e baixos fez um jogo positivo, trouxe na verdade um relaxamento ainda não visto esta época. Yacine BRAHIMI era, enquanto esteve em campo, o único transportador de bola, enquanto no centro, héctor HERRERA e sérgio OLIVEIRA estiveram demasiado posicionais e com demasiados passes errados na construção de jogo.

Ora, com os dragões bem por cima no resultado mas igualado naquilo que era a exibição, lembrando algumas tristes passagens da época passada, o BELENENSES acreditou e passou a jogar mais perto do FC PORTO, tão perto que acabou por reduzir. LEITE tocou com a mão na bola, o VAR mostrou que afinal funciona e FREDY aproveitou para bater iker CASILLAS na marcação do penálti.

Aí, com a entrega dos três pontos de novo na dúvida e com 35 minutos para jogar, CONCEIÇÃO confiou demasiado no resultado e, repetindo algumas abordagens que me assolam a memória, acabou por mexer mal. Se ao lançar jesús CORONA deu um sinal de que queria levar a bola para o meio campo da equipa e SILAS, mesmo saindo ANDRÉ PEREIRA (OTÁVIO jogou ao lado de ABOUBAKAR), acabou depois por correr o risco. Retirou do campo BRAHIMI e OTÁVIO, os dois jogadores com mais responsabilidades técnicas, pelas dúvidas (para o próprio CONCEIÇÃO) ÓLIVER torres e HERNÂNI.

A partir daí, e mudando o figurino em 4-3-3, permitindo ao BELENENSES adiantar mais jogadores no relvado, o intuito passava por ter bola e aproveitando essa subida do adversário, explorar a velocidade de HERNÂNI e CORONA, mas principalmente o de não sofrer golo. Pensando bem, e numa equipa que se diz precisar de reforços para a posição de extremo e ponta-de-lança, correr atrás do golo com ABOUBAKAR fisicamente de rastos, com CORONA e HERNÂNI e sem nenhum criativo declarado é do mais sofrível que pode haver.

De resto e, só para pôr à prova o meu pensamento, o BELENENSES acabou por marcar mesmo e empate, trazendo consigo o sentimento de estupfação nos adeptos azuis e brancos, enquanto o ar do técnico portista mostrava a preocupação. Mesmo assim, com pouco tempo para jogar, e com muitos adeptos azuis e brancos descrentes, foi já num último suspiro que o FC PORTO alcançou a vitória. Num remate de HERRERA, que acabou por encontrar o braço de HENRIQUE almeida terminou com o VAR a indicar grande penalidade que alex TELLES acabou por não falhar.

O hábito de complicar, o hábito de dar tiros nos pés, o hábito de desacreditar, para quem saiu do estádio nacional aos 83 minutos e até o hábito de deixar os adversários sonhar. Que voltemos ao nosso hábito de ganhar que, assim sendo e por ser início de época... acabamos por dar um desconto. Mas é não abusar se faz favor.



DESTAQUES 


IN 

MAXI - TELLES - Há indefinições no plantel, mas o que melhor temos no momento são as alas. 

DIOGO LEITE -  Comete erros, mas o futuro pode passar por ele. O golo foi um prémio. 

SILAS - Gostei da conferência antes e após o jogo. Sem arrogâncias fora e dentro de campo. A ideia do treinador fez por merecer a reação e pôs o campeão nacional em sentido. 

OUT 

JAMOR - É atualmente o estádio do BELENENSES SAD, mas as condições são péssimas. O espetáculo sai a perder. 

SOFRIMENTO - Depois de estar a vencer por 0-2 não devíamos acabar atrás dos três pontos. 

CADEIRAS VAZIAS - Alguns "portistas" a mostrar ao que foram. Ver o FC PORTO não é só comprar o bilhete, mas sim acreditar até ao fim.

por Fábio Daniel Ferreira

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Troca aos 3 e Acaba aos 5

Não se podia pedir melhor início. Numa noite em que tudo saiu bem ao FC Porto, os comandados por Sérgio Conceição atropelaram sem dó nem piedade a equipa do Desportivo de Chaves.

Com um autêntico recital de bem jogar, Sérgio Conceição iniciou esta temporada dando continuidade aos bons resultados da época passada e com aquilo que tem mais à mão.  

Não haviam centrais? Mete-se o Diogo Leite - que tão bem tem aproveitado a oportunidade. Não há Marega? Vai o André Pereira. Também não há Soares? Lança-se o Marius. Não chega? Então peguem lá o Adrián.

Basicamente, é muito disto que se tem feito o arranque de época do FC Porto que já levou com o recado do presidente: "Sérgio tem de rentabilizar os que há". Como se já não o fizesse como mais nenhum outro. Amigo Sérgio, trocando por miúdos, se te derem um cabo de vassoura, é com um cabo de vassoura que tens de ir à luta.

Intensidade, velocidade, critério, organização, criatividade e golos. Foi tudo o que se pôde ver no Dragão desde o primeiro minuto e em doses industriais. Aboubakar bisou e assistiu, Brahimi continua a fazer magia e também picou o ponto.

No segundo tempo, a toada azul e branca continuou e os 3 no marcador não eram motivo para abrandar a exibição de gala que se ia assistindo. 

Corona entrou e fez o 4º e deu continuidade ao bom registo da Supertaça. O mexicano tem sempre dificuldade em manter o nível exibicional de jogo para jogo mas, pelo menos para já, está a conseguir fazê-lo. 

Já com Adrán em campo, inicialmente algo tímido no jogo, o espanhol pareceu ganhar confiança com o futebol positivo da equipa e foi melhorando a sua performance contribuindo, assim, para a jogada do 5 - 0 final já próximo do encontro. Sete minutos depois de entrar em campo, o rapazinho do Chade, grande promessa no seu país, estreou-se da melhor forma e fechou o marcador com um resultado gordo.

Destaques:

IN

ABOUBAKAR - Falhou duas ocasiões flagrantes, mas isso não foi impeditivo para fazer balançar as redes mais tarde. O camaronês, sem marcar há vários meses, voltou aos golos e logo em dose dupla. Para além disso, contabilizou ainda cinco remates, uma assistência, dois passes para finalização e dois dribles certos em sete tentativas.

MEIO-CAMPO - É difícil destacar um setor quando o coletivo funcionou tão bem, mas faço-o pela assertividade e intensidade de Herrera e Sérgio Oliveira neste jogo. Neste momento, chegamos a um ponto que nos faz pensar que Danilo está aí à porta e o que é para fazer a seguir? Pois. Sérgio Oliveira registou uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas em cinco passes para finalização, 93% de eficácia de passe e ainda quatro desarmes.

BRAHIMI - Perfume argelino por todo o campo. Por muito bem que a equipa jogue, Brahimi eleva-a para outro patamar. Oferece aquilo que mais nenhum outro é capaz, e traz a magia na quantidade certa ao futebol alegre de Conceição. Apontou um golo e registou ainda cinco dribles eficazes em oito tentativas.

NOTAS SOLTAS

Ora então sai mais uma suspeita para as bandas da Luz: 10 mil euros para cada jogador do Aves. Sim, senhor! É claro que já vieram dizer que era tudo mentira, que não passava de uma denuncia anónima e acusar o JN de uma suposta proximidade com o FC Porto. Obviamente que a armada vermelha rapidamente tratou de fazer eco desta treta e, pasmem-se, as denuncias anónimas deixaram de ter credibilidade.

Este clube sempre nos habitou a níveis de "sem vergonha" históricos, mas se há algo em que se superam constantemente é neste ponto.

Depois de sistemáticas denúncias anónimas lançadas semanalmente contra os adversários do FC Porto (vá-se lá saber por quem), e altamente aproveitadas pelos seus lacaios em tudo o que era espaço de opinião, agora eles estão chateadinhos. O mesmo clube que dá abrigo a diversos "jornalistas" que não vêem mal nenhum no facto do benfica pagar a colegas seus da nossa praça - não é Nuno Farinha? - todos eles encartilhados e mantidos sob o jugo vermelho a argumentarem acerca da eventual proximidade do JN ao FC Porto. Não é lindo? Eles já tremem por todos os lados e o campeonato ainda agora começou.

domingo, 5 de agosto de 2018

Nova Taça, Um Ladrão e Um Menino Lá Atrás

Arrancou oficialmente a nova época!

Regresso do futebol e tudo na mesma: uma vitória, mais um troféu, plantel escasso, porrada, roubalheira, VAR inexistente. Ah...que saudades que tinha disto.

Em Aveiro, o FC Porto conquistou a sua 21ª supertaça, 5 anos após ter disputado e vencido esta competição pela última vez. Depois de terem estado a perder, os portistas deram a volta ao marcador e, no final, ergueram o troféu, coroando uma exibição de raça que abriu caminho para a vitória mais que justa dos azuis e brancos.

Com os adeptos ainda a tentarem lembrar-se como é que é isto de jogar uma Supertaça (depois de 5 anos de travessia no deserto), Sérgio Conceição surpreendeu ao alinhar com o jovem André Pereira no lugar do amuado Marega, aos quais juntou ainda Maxi e o menino Diogo Leite na dupla com Felipe.

E começo mesmo por este ponto: a equipa, o plantel. 

Poderão dizer-me que não é o momento, mas vou mesmo começar a época a "bater" no plantel do FC Porto. O nosso clube conseguiu a proeza de, após ter sido campeão no contexto em que o foi (desportivo e financeiro), com um plantel escasso enfraquece-lo ainda mais.

Independentemente dos resultados desportivos extremamente positivos que nos podem estar reservados, as lacunas da época passada estão cá todas, talvez mais acentuadas por um plantel desequilibrado - ontem fustigado por duas lesões. É triste estar a dizê-lo, mas lamento profundamente ver o banco que o treinador tinha à sua disposição depois do que deu ao clube na época transata pautada por um desinvestimento forçado. Resta-nos aguardar que o que ainda falta para o fecho do mercado nos traga as verdadeiras soluções de que precisamos, porque se for só para fazer número, é melhor nem mexer.

Relógio Mexicano
Voltando ao jogo, o FC Porto foi quem entrou melhor. A pressionar alto, o início dos portistas foi enérgico e cheio de ganas. Os minutos iniciais do jogo refletiam o favoritismo dos portistas mas, na primeira jogada de perigo os avenses inauguraram o marcador. 

O FC Porto teve de correr atrás do prejuízo. Acusou o golo e, até à combinação de Brahimi com Abou, a equipa tremeu e o nervosismo saltou à vista. Mas, depois do empate, o FC Porto estabilizou e procurou ascender na partida, levando o jogo empatado para o intervalo. A superioridade portista era visível, mas o domínio ainda não era intenso. Ainda assim, o FC Porto chegava ao descanso com mais posse (57% - 43%), mais remates (6-3 / 3-2 enquadrados) e mais cantos.

No segundo tempo, os azuis e brancos efetivaram o seu domínio sobre o adversário e fizeram 45 min a um bom nível. Mais velocidade no jogo e reação à perda da bola e, acima de tudo, com o meio-campo a beneficiar da melhoria exibicional de Sérgio Oliveira que, durante o primeiro-tempo, fez uma exibição paupérrima.

Com o FC Porto em crescendo e a não permitir os acutilantes contra-ataques da equipa das Aves, foi com naturalidade que virou o resultado. Primeiro por Maxi e, depois, perto do fim por Corona que fechou a contagem e deu a machadada final. Endiabrado, o mexicano trouxe ao jogo a magia que Brahimi forçosamente não pode dar à equipa durante toda a partida.

DESTAQUES

IN

MAXI - O velhinho foi eleito o melhor jogador em campo. Naturalmente sem a disponibilidade física de outrora, o uruguaio soube gerir o seu esforço ao longo dos 90 min. Durante o primeiro tempo, muito devido aos contra-ataques que os avenses iam tentando lançar, foi pouco interventivo no ataque porém, nos segundos 45' assistiu-se ao inverso. Assegurado o domínio portista no terreno, foi possível a Maxi aventurar-se em tarefas ofensivas, de tal forma que fez mesmo o golo da reviravolta.

HERRERA - A extensão do treinador em campo. Herrera é, efetivamente, um pilar neste plantel. Não só como líder, mas também pela disponibilidade que oferece dentro de campo. Com um pulmão incrível o mexicano percorre todo o campo e desempenha todas as funções necessárias. Ora ataca, ora defende, assiste, desarma...incansável.

BRAHIMI/CORONA - O argelino estava a começar a fazer das suas. Marcou, causava desequilíbrios mas foi lesionado e teve de abandonar a partida. Para o seu lugar entrou um Corona em dia sim e a magia continuou.

DIOGO LEITE - Sabem a satisfação de ver um menino da formação no meio dos crescidos a jogar como se já estivesse ali há anos? Pronto, é mesmo isso.

OUT

LUÍS GODINHO - O ladrão de serviço. Já são do conhecimento geral os grandes atributos para a arbitragem deste senhor e, ontem, ficou novamente provado, auxiliado ao mesmo nível pelos seus assistentes e VAR. Durante vários minutos cheguei mesmo a duvidar se a Supertaça tinha video-árbitro tal era a pouca vergonha. Confirmei que sim e a vergonha revelou-se ainda maior. Godinho, disfarça um bocado. À cara podre não vale páh!