domingo, 26 de novembro de 2017

Escorregadela(s)

O FC Porto visitou a Vila das Aves, no jogo que antecedeu a receção ao Benfica, mas não conseguiu levar de vencida a equipa da casa que se apresentou coesa, pressionante e a não dar espaços aos azuis e brancos mas, mais que isso, deparou-se perante um FC Porto desinspirado que facilitou aos avenses a estratégia para este jogo.

Simplificando, foi mais ou menos isto: jogamos pouco; o empate surge quando menos interessava; o Corona devia levar duas chapadas do Sérgio Conceição; se o Danilo fosse branco e se chamasse Jonas não era 1 penalti, eram 2, no mínimo.

Basicamente foi isto. O FC Porto até entrou bem, com Soares a surpreender no 11 (e Marega no banco) os portistas entraram praticamente a vencer no encontro e, logo aos 6 min., Ricardo Pereira colocou a equipa na frente depois de um passe fantástico de Tiquinho. Se o golo podia balancear o FC Porto para uma exibição tranquila, tal não aconteceu. Balanceou, isso sim, para uma exibição amorfa e com poucas oportunidades para os azuis e brancos.

Com uma ótima reação ao golo sofrido, era o Aves quem criava as melhores ocasiões. Aos 20 minutos levava já 6 remates e há meia hora contabilizava 6 passes para finalização contra 4 dos portistas, o que atestava o fraco rendimento da equipa azul e branca. O FC Porto não conseguia chegar à frente com perigo, embora com dois homens lá na frente o jogo não fluía com qualidade, falhavam-se passes, escorregava-se muito, jogava-se mal. Ao fim do primeiro tempo, bom mesmo era o resultado.

Na segunda parte, a equipa juntou as suas linhas, encurtando os espaços, dificultando o jogo do CD Aves. Porém, a alteração da estratégia dos portistas trazida do balneário, viria a esbarrar numa ação infeliz de Corona. Já amarelado, pisou o adversário vendo o merecido segundo cartão amarelo, e consequente expulsão. É verdade que o critério do árbitro nem sempre foi igual para ambos os lados, mas Corona comete a infantilidade de fazer uma falta perigosa pondo em causa o resto da partida.

Ora, com menos um, o vislumbre das alterações ao intervalo goraram-se rapidamente e aguentar o golinho de vantagem era só o que já se pedia.

Tal não aconteceu e o Aves acabou mesmo por empatar, colocando justiça no marcador, diga-se.

Empatados, tivemos de correr atrás do prejuízo e, com menos um, foi quando começamos a produzir mais futebol, ainda assim mais com o coração do que com a cabeça. O empate despertou a equipa e Sérgio mostrou que o 1 igual não interessava, fazendo entrar homens para o ataque, ainda assim o desespero por querer fazer o golo levava a equipa a decidir mal, com inúmeras tentativas falhadas de lançar a bola longa para a velocidade de Marega. 

O golo não apareceu, pese embora houvesse oportunidade para tal, tivesse sido assinalado o penalti sobre Danilo mas, mais que isso, fica uma exibição pobre e consequente perda de pontos antes da receção ao Benfica.

Se por um lado acredito que, após este desaire, a equipa queria dar uma resposta forte, não há como negar que existe uma outra face. As debilidades demonstradas, os erros, a fraca qualidade de jogo e o pouco fulgor ofensivo, tiveram o condão de diluir a imagem de um Porto que podia fazer em água o rival da próxima sexta-feira. Mas estou convicto de que a primeira opção prevalecerá.

Destaques:

IN

RICARDO PEREIRA - Para além do golo, o lateral português esteve a bom nível no que tocou a defender. Terminou com cinco desarmes e quatro interceções e ganhou sete dos 13 duelos individuais que disputou.

DANILO - Herrera até pode ser o capitão, mas é em Danilo que vejo essas características dentro de campo e, ontem, não foi excepção. Muito interventivo com os colegas e a tentar levar a equipa para a frente. Fez dois remates, criou uma ocasião flagrante e a realizou três tentativas de drible (duas com sucesso). A defender registou quatro interceções e sete recuperações de bola.

OUT

QUALIDADE DE JOGO - Para além do empate, este foi o pior jogo do FC Porto neste campeonato e, como já referi, surge com um péssimo timing. Tenho a certeza que não será este o nível de jogo com que defrontaremos o nosso rival, o contexto e exigência são outros, mas não podemos repetir as fragilidades que ontem foram visíveis.

FIO DE JOGO - Faltou consistência ao FC Porto, faltou capacidade de construir jogo, de trocar a bola, de jogar apoiado, definir com critério e chegar à zona de finalização. Faltou fio de jogo. Vimos, pelo contrário, um futebol trapalhão, pouco criterioso e, já em desespero, de "chutão" para a frente que raras vezes dá frutos. 

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Objetivos Intactos Após Inferno de Istambul

No jogo da penúltima jornada da fase de grupos da Champions, o FC Porto trouxe na bagagem um empate que mantém abertas as portas dos oitavos de final da competição, dependendo apenas de si para seguir em frente na prova rainha da UEFA. As decisões ficaram adiadas para a última jornada mas, para já, ficou garantida, no pior dos cenários, a presença na liga europa.

Os dragões subiram ao inferno de Istambul e passaram no difícil teste que é o de jogar no ambiente frenético dos estádios turcos, com isso, o FC Porto continua invicto em território bizantino contabilizando 3 vitórias e 2 empates nos 5 jogos realizados. 

Face aos condicionamentos do plantel azul e branco, Sérgio Conceição apresentou alterações no 11 inicial. O treinador Portista não tem medo de mexer, e até que se tem dado bem na hora de adaptar a equipa ao adversário ou à problemática das lesões. Ontem aconteceu de novo. Depois do jogo com o Leipzig onde Maxi foi chamado a jogar a médio direito no decorrer da partida, ontem, o uruguaio saltou para o 11 inicial mas, desta vez, para que Ricardo subisse no terreno. Também Sérgio Oliveira entrou novamente para a equipa titular. Ele que leva mais jogos a titular na liga dos campeões do que no campeonato.

Sérgio Conceição aprendeu a lição da primeira volta e não permitiu que o meio campo portista fosse destruído pelos turcos tal como aconteceu no dragão. A alinhar com 3 homens no miolo, os azuis e brancos preencheram bem esta zona do terreno e condicionaram o Besiktas na fase inicial da construção do seu jogo. Pese embora a grande vantagem na posse de bola para os turcos (62% - 37%), o FC Porto foi sempre conseguindo manter o perigo afastado da sua baliza e, quando não o fez, José Sá deu conta do recado com grande nível. 

Num jogo equilibrado as oportunidades não abundaram, de tal forma que os dragões chegaram à vantagem no primeiro remate à baliza. Num lance de laboratório, o FC Porto apontou o sétimo (!!) golo na sequência de uma bola parada, num total de 10 marcados na competição. Ora, por aqui se vê a importância dada por Sérgio Conceição a estes lances, depois de várias épocas em que era completamente esquecida a preponderância destes pelos treinadores que por aqui passaram. 

Face à pressão e ao número de jogadores que colocava na zona central do terreno, o jogo turco fazia-se muito pelas laterais e foi mesmo daí que viria a surgir o golo do empate, numa investida de Tosun que deixou para trás Felipe, entregou a Talisca para encostar.

O início do segundo tempo foi, sem dúvida, o período de maior dificuldade para os comandados de Sérgio Conceição, infligidos a um verdadeiro sufoco pela equipa da casa. Nos primeiros 15 minutos o Besiktas registava 79% de posse e três remates contra um. Muito devido a um FC Porto desconcentrado que errava passes sucessivamente e não conseguia sair a jogar com critério.

O FC Porto viria a conseguir equilibrar a partida e, até final, o ritmo de jogo foi diminuindo numa espécie de "pacto não-agressão" entre as duas equipas, até porque o resultado acabava por ser positivo para ambas.

Destaques

IN

FELIPE Pese embora o falhanço na forma como abordou o lance do golo do empate, o central brasileiro esteve em grande nível. Para além do golo, Felipe completou ainda 12 alívios, quatro interceções e ganhou metade dos duelos individuais que disputou.

JOSÉ SÁ -  Depois de novas dúvidas acerca da possibilidade de voltar ou não ao 11 após o jogo para a Taça de Portugal, Sá voltou mesmo e respondeu com várias e valiosas intervenções que permitiram segurar o empate no marcador. O guarda-redes começa a dar os primeiros passos naquilo que se esperava quando chegou ao clube: ser o guardião das balizas portistas dos próximos anos.

OUT

MINUTOS INICIAIS - Os minutos iniciais de ambas as partes trouxeram um FC Porto nervoso e a cometer muitos erros. Se na primeira-parte isso não trouxe problemas, muito devido a um Besiktas, pouco melhor fazia, o segundo tempo permitiu o sufoco da parte do adversário que podia ter causado estragos.

PINTO DA COSTA - Depois de Fernando Gomes ter falado há uns tempos que o FC Porto tinha tantos jogadores sob contrato que se estorvavam uns aos outros, como se a culpa disso fosse de uma qualquer "entidade" externa ao clube, ontem, foi a vez do presidente portista vir dizer que "se fosse para não querer ganhar o jogo tinha contratado o Lopetegui", para além de descontextualizadas, as suas declarações vão na linha daquilo que disse o Administrador da SAD, como se a vinda de Lopetegui fosse culpa de outra pessoa qualquer. Um bom exemplo para um "Quando é Melhor Estar Calado".

domingo, 19 de novembro de 2017

Precocemente Eliminados

Guardem-se os “champanhes” e os confetis e apaguem-se os “posts” preparados para serem publicados, afinal o “Porto” seguiu em frente. Numa partida em que o FUTEBOL CLUBE DO PORTO mostrou querer resolver cedo a eliminatória, a mesma acabou discutida até ao final. Com duas reviravoltas no marcador, os azuis e brancos acabam por sair vivos de uma sepultura já cavada.

Em jogo de TAÇA DE PORTUGAL, uma competição propícia a surpresas, SÉRGIO CONCEIÇÃO não fez grandes alterações. Iker CASILLAS (que se estreou na prova raínha do futebol português) foi, aliás, a grande novidade num onze que contou ainda com HERNÂNI e ÓLIVER torres. Nesse sentido, os “dragões” quiseram desde cedo impor o seu jogo e o golo, aos 5 minutos, de DANILO pereira, num canto bem batido por alex TELLES, auguravam uma noite aparentemente tranquila.

Perante um SC PORTIMONENSE organizado, com bola, mas bastante apático sem ela, a equipa de CONCEIÇÃO mandava no jogo, controlando o meio campo e chegando com alguma facilidade ao último terço atacante falhando, quase sempre, no momento da decisão. No entanto, defensivamente a equipa portista ia claudicando em alguns momentos e a formação de VÍTOR OLIVEIRA ia aproveitando.

O acumular de oportunidades desperdiçadas no ataque azul e branco, principalmente nos remates de jesús CORONA e ANDRÉ ANDRÉ e no cabeceamento de DANILO, mais uma vez numa bola parada de TELLES, faziam a equipa de Portimão crescer no jogo, em busca do empate. Com DENER clemente e WELLINGTON carvalho em bom plano e com um desconcertante shoya NAKAJIMA (já o tinha sido no jogo da LIGA NOS), a formação algarvia acaba por materializar em golo o crescimento no jogo, numa jogada onde WELLINGTON aproveitou o ressalto, no remate do nipónico, e perante a passividade da defesa portista, para bater CASILLAS.

Para o segundo tempo, SÉRGIO CONCEIÇÃO tratou de corrigir sobretudo aspetos defensivos e com o recuo das unidades atacantes do PORTIMONENSE, tornando a equipa menos afoita, o FC PORTO tratou de voltar a mandar no jogo, entrando em destaque no ataque azul e branco vincent ABOUBAKAR. Mesmo perante a supremacia azul e branca, os alarmes soaram nas alas atacantes e, perante a lesão (esporádica) de CORONA e com um HERNÂNI complicativo, CONCEIÇÃO lançou BRAHIMI precisamente para o lugar do extremo português.

Contra a corrente do jogo, e quando o atacante ANDRÉ PEREIRA se preparava para se estrear no FC PORTO, a equipa alvinegra acaba por chegar à vantagem, num lance em que é PEDRO SÁ, com um grande golo, a aproveitar a passividade portista. Com cerca de 20 minutos para jogar, o PORTIMONENSE repetia assim o feito de fazer 2 golos no DRAGÃO esta época.

Perante o resultado, num jogo a eliminar, restou ao FC PORTO partir para cima da equipa algarvia que limitou-se, naturalmente, a defender. Já com ANDRÉ PEREIRA ao lado de ABOUBAKAR, os azuis e brancos beneficiaram ainda da expulsão de FELIPE MACEDO para criar um cerco à baliza de carlos HENRIQUE. Nesse sentido, e com a entrada de miguel LAYÚN para o lugar do “tocado” CORONA, VÍTOR OLIVEIRA esgotou as alterações com dois defesas arriscando tudo na conservação do resultado.

No entanto, já com CONCEIÇÃO fora do banco, mas galvanizado, mais uma vez pelo DRAGÃO, o espírito guerreiro e sangue frio do FC PORTO veio ao de cima. Num final épico, ABOUBAKAR, aos 90+1,  na segunda assistência de TELLES, e BRAHIMI, aos 90+5, aproveitando um passe de ANDRÉ PEREIRA, que tentava servir o camaronês, conquistaram a reviravolta e a passagem à próxima fase da prova.

Antes da visita ao “inferno” de Istambul, num importante jogo para a LIGA DOS CAMPEÕES, a frieza dos “dragões” resulta num balde de água gelada para os que esperavam a sua eliminação. Numa partida em que o PORTIMONENSE vendeu cara a eliminação, o FC PORTO sai bem vivo, depois de precocemente eliminado.

DESTAQUES

IN

DANILO/ALEX TELLES - DANILO pelo golo, TELLES pelas assistências e ambos pelo que jogaram. Duas grandes exibições.

DRAGÃO - Mais uma vez, incrível no momento em que a equipa mais precisava. Os adeptos mereceram a épica reviravolta.

PORTIMONENSE- Vendeu cara a eliminação e por mérito próprio. Merecia outro sorteio.

OUT

HERNÂNI - A difrença, para melhor, após a saída do português foi notória. Complicativo por responsabilidade própria.

VÍTOR OLIVEIRA - A exibição da sua equipa em pleno DRAGÃO merecia outro discurso. Atribuir a responsabilidade da eliminação a uma incompreensível expulsão de TELLES é próprio de quem festejou cedo demais.

por Fábio Daniel Ferreira

domingo, 5 de novembro de 2017

Décima!

Depois de uma sempre complicada deslocação ao Bessa e de um jogo de enorme exigência frente aos alemães do RB Leipzig, menos de 72 horas volvidas e novo jogo, desta vez contra um bem orientado Belenenses que, exceção feita às crónicas goleadas frente ao Benfica, vai realizando um ótimo campeonato. Às naturais dificuldades que uma semana exigente como esta podem comportar, juntaram-se ainda as condicionantes técnicas em resultado das lesões de Marega e Soares que vão deixando o ataque do FC Porto algo debilitado.

Herrera, 10º estrangeiro com mais jogos pelo FCP (162)
Desta feita, o jogo frente à equipa de Belém era encarado como uma final pelo treinador Sérgio Conceição. Final ou não, o desafio foi superado, e o FC Porto venceu a equipa forasteira por 2 bolas sem resposta, conquistando a décima vitória em 11 jornadas. Com mais dois tentos, a equipa de Sérgio Conceição alcança a marca dos 30 golos, feito esse que só encontra paralelo se recuarmos 55 anos, quando o húngaro Jenő Kalmár orientava os dragões, com o mesmo número de golos ao fim de 11 jornadas.

Condicionado pelas lesões de duas das suas três opções para a frente de ataque, Sérgio Conceição apresentou uma equipa organizada em 4-3-3, com destaque para a inclusão de Hernâni que suplantou Corona, no banco depois de ter saído "tocado" na última quarta-feira. Reyes entrou para o lugar de Danilo e André André completou o trio do meio-campo que integrava ainda um cada vez mais irreconhecível Herrera. Impossível deixar passar a ausência de Oliver que, mesmo num meio-campo a 3, parece não ser opção para o treinador. Algo que não deixa de me surpreender.

A vitória por 2-0, ficou marcada por uma primeira parte dominadora dos azuis e brancos na busca do golo que evitasse complicações indesejadas, não permitindo grandes réplicas aos seu adversário. Por sua vez, o segundo tempo, deu espaço a uma reação do Belenenses que, sem causar grande perigo foi-se aproximando aos poucos da baliza de José Sá. 

O FC Porto entrou forte na partida e apostado em por de parte o possível cansaço e as condicionantes impostas pelas lesões. A dominar, o FC Porto não deixava os visitantes responderem e ia criando perigo para a baliza de Muriel. Logo nos primeiros 10' min, para além dos 71% de posse de bola, os dragões registavam ainda quatro remates, um deles enquadrados. A construção portista ia-se fazendo bem desde trás, provam-no as 23 vezes em que Diego Reyes teve a bola em sua posse nos primeiros 10 min, liderando neste capítulo.

O tempo ia passando e o FC Porto intensificava a sua pressão, a posse de bola mantinha-se elevada para os da casa e o cerco ia-se apertando cada vez mais. À meia hora de jogo eram já 9 os remates, com destaque para Brahimi com 3 remates, um passe para finalização, 93% de eficácia de passe e no dribling teve sucesso nas suas 3 tentativas. 

O golo ia-se adivinhando, não só pelas oportunidades que eram criadas, como também pela facilidade com que os dragões entravam na área adversária. Até que o golo veio mesmo a acontecer. Na sequência de um pontapé de canto, tal como aconteceu na quarta-feira, a bola sobra para Herrera que, pela segunda vez consecutiva, inaugurou o marcador colocando o FC Porto na frente aos 42'.

O intervalo chegava com 65% de posse de bola, 13 remates, cinco deles enquadrados e uma vantagem inteiramente justa para o que se foi produzindo no primeiro tempo.

A segunda parte não se jogou ao mesmo ritmo da primeira, com menos pressão por parte do FC Porto, o Belenenses deu melhor resposta e foi dificultando a tarefa dos portistas em fazer o segundo e, a partir daí, gerir o jogo conforme pretendesse. Com um cansaço notório, os pupilos de Sérgio Conceição encolheram. A posse de bola baixou, ainda que com maior pendor para os da casa (52-48) e era o Belenenses quem criava mais oportunidades neste segundo tempo com 4 contra 3. 

Em virtude do desenrolar dos acontecimentos, Sérgio mexeu. Lançou S. Oliveira para o lugar de André, Galeno para o de Brahimi e já antes havia entrado Corona para o lugar de Hernâni. Com estas alterações o FC Porto ganhou mais discernimento no miolo, passou a controlar melhor e a ter mais bola, e com Galeno e Corona ganhou mais velocidade e capacidade de desequilíbrio, respetivamente. Com o Belenenses a tentar o seu ultimo forcing para chegar ao empate, o FC Porto como tão bem sabe fazer, aproveitou a oportunidade e partiu para um contra ataque letal, fazendo o 2 a 0 e alcançando a tranquilidade que ia sendo posta em causa até então, com um golo cheio de classe de Aboubakar.


Destaques:

IN

HERRERA - Vai sendo titular há já várias jornadas, relegando Oliver para o banco. Inicialmente intranquilo, e com alguma desconfiança dos adeptos, Herrera vai mostrando uma nova faceta, e depois de ser o MVP frente ao Leipzig, volta a consegui-lo de novo. Já não marcava em dois jogos consecutivos há 23 meses mas ontem, para além do golo assistiu para o segundo. A isto soma-se ainda uma eficácia de passe de 91%, 4 passes para finalização e 8 recuperações de bola. 

REYES - Foi o outro mexicano em evidência. Algo discreto, mas muito sólido, ocupou o lugar de Danilo e fez um ótimo jogo. Assistiu Herrera para o 1-0, registou dois passes para finalização, 88% de eficácia de passe, foi quem mais interagiu com a bola (97 toques) e ainda ganhou quatro de seis duelos aéreos e fez quatro desarmes.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

FC Porto de Combate Deixa Alemães K.O.

De regresso a casa na prova rainha da UEFA, o FC Porto precisava de vencer para ascender ao segundo lugar do grupo e colocar-se em boa posição para poder passar aos oitavos de final da competição. 

Depois de uma exibição muito à quem do esperado em território alemão, desta vez os portistas não perdoaram e viu-se uma verdadeira equipa de combate que contrariou as adversidades e ajustou-se na perfeição às mudanças que se viu obrigada a fazer.

Pese embora o reconhecido poderio do meio-campo alemão, que nos deu grande dores de cabeça na primeira volta, Sérgio Conceição não foi em meias medidas e lançou a jogo uma equipa com apenas dois elementos no meio-campo. Ia o jogo ainda nos seus primeiro minutos e a primeira lesão: Marega é obrigado a sair, não sem antes fazer uma arrancada que viria a originar o canto que deu o 1º golo da partida. Saiu Marega e entrou André.

Com apenas um elemento atacante no banco de suplentes, Sérgio Conceição optou pelo médio português. No minuto seguinte à entrade de André André, de canto os Portistas inauguram o marcador. Entre ressaltos, Herrera aproveitou a oportunidade e inaugurou o marcador. 

Com o golo veio também a alteração tática, em consequência da entrada de André André que, curiosamente, acabou por vir baralhar a estratégia de jogo. Vicissitude essa que, diga-se, muito bem aproveitada pelo FC Porto. Com André, os comandados de Sérgio Conceição ganharam corpo no seu meio-campo, passaram a ocupar as entrelinhas e a intensidade no miolo do terreno aumentou.

A primeira parte, para além do golo, foi pautada pela velocidade e agressividade, comuns no futebol vertiginoso dos alemães. O FC Porto foi dando boa conta de si, bem encaixado no jogo do Leipzig não permitiu grandes ameaços.

Ao fim dos primeiros 45 minutos, pese embora o domínio na posse de bola alemão, era o FC Porto quem tinha criado mais perigo. Destacavam-se Brahimi, no capítulo ofensivo, mas essencialmente no que à parte defensiva diz respeito com 7 recuperações e Herrera que, para além do golo, contabilizava cinco duelos ganhos, seis recuperações e quatro desarmes.

O segundo tempo iniciou-se praticamente com o golo do empate do RB Leipzig logo aos 48 minutos. Chegados ao empate, a equipa alemã tentou partir para cima do FC Porto, mas a reação ao golo por parte dos azuis e brancos foi extremamente positiva. O FC Porto não acusou o empate, e rapidamente causou perigo para a baliza de Gulacsi. De forma justa, aos 61 minutos, desta vez por Danilo, o FC Porto voltava a adiantar-se no marcador. Um merecido prémio que coroou as investidas portistas que levavam já 5 remates no segundo tempo contra apenas 1 do seu adversário. 


De novo em vantagem, o FC Porto conseguiu manter o controlo da partida e segurar o seu adversário longe da baliza de José Sá. É durante este período que surge nova lesão na equipa portista, agora foi a vez de Corona sair agarrado à coxa tal como havia acontecido com Marega, abrindo espaço para a entrada de Maxi Pereira na partida. De novo o FC Porto voltou a tirar partido da alteração forçada, utilizando o defesa uruguaio para estancar as investidas pelo corredor direito posicionando-se à frente de Ricardo Pereira e a funcionar como um segundo defesa lateral.

Maxi viria mesmo a marcar. Com os alemães balanceados na frente, o FC Porto fez aquilo que tão bem tem feito (mais uma) desde a chegada de Sérgio Conceição. Lançou-se em contra-ataque e aplicou a estocada final, deixando os alemães K.O. e arrumando as dúvidas quanto ao resultado final. Aboubakar, com um excelente trabalho, recebeu, aguentou e lançou para a corrida de Maxi que voltou a marcar na champions 5 anos depois já em período de compensação.

Chegava ao fim o jogo, com uma vitória por 3 bolas a 1 que, mais que o segundo lugar, oferece também uma importante vantagem em caso de confronte direto. Uma vitória feita da adversidade de uma equipa que, vendo-se obrigada a remendar os rasgões causados pelo encontro, deu uma resposta de altíssimo nível frente ao terceiro classificado do campeonato alemão.

Destaques:

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DANILO - O médio português esteve envolvido nos dois primeiros golos da sua equipa, assistindo Herrera antes de ele próprio marcar, num dos três remates que fez. Para além disso, Danilo Pereira acertou 86% dos seus passes, venceu oito dos 13 duelos que disputou e somou dez acções defensivas, entre as quais quatro intercepções e dois bloqueios de remate.

HERRERA - O mexicano deu continuidade à boa exibição trazida do Bessa. Acertou 33 dos 39 passes que fez, dois deles para finalização, recuperou a posse de bola oito vezes e somou seis acções defensivas.

SÉRGIO CONCEIÇÃO - Fez da adversidade força e venceu o jogo. Obrigado a mexer, Sérgio Conceição aproveitou para retirar dividendos e mais do que uma dificuldade o treinador portista, fez de um aspeto negativo, um fator diferenciador para o desfecho final com as suas opções a revelarem-se acertadas.

OUT

LESÕES - As lesões de Marega e Corona puseram a nú as debilidades que o plantel curto deste FC Porto apresenta. Hoje, perfeitamente resolvidas, mas estamos em Novembro e já andamos com estas preocupações.