sábado, 16 de setembro de 2017

Descer À Terra Num Choque de Realidades

Num início de época em que os números impressionavam, o FUTEBOL CLUBE DO PORTO mostrou a sua pior face, logo na estreia europeia. Numa derrota inesperada e que pode hipotecar a passagem dos azuis e brancos aos oitavos, da LIGA DOS CAMPEÕES a confiança virou desconfiança e a ilusão bateu de frente com a realidade.
                                    

5 vitórias em 5 jogos, 12 golos marcados e 0 sofridos era o registo deste FC PORTO até ao momento na presente época. Perante estes números, o DRAGÃO vestiu-se de gala para a receção ao BESIKTAS JK, na estreia na “liga milionária e o objetivo era claro: conquistar os três pontos contra a, teoricamente, equipa mais acessível do grupo. Pois bem...

RICARDO pereira e tiquinho SOARES foram as novidades de sérgio CONCEIÇÃO para a partida frente aos turcos, utilizando o sistema habitual, ou seja, o 4-4-2, com SOARES e moussa MAREGA na frente, DANILO pereira e ÓLIVER torres como médios centrais, atuando jesús CORONA e yacine BRAHIMI pelas alas. Enquanto isso, senol GÜNES apresentou um onze sem um ponta de lança declarado, preferindo preencher a zona do meio campo e começando aí a colocar as primeiras dificuldades aos azuis e brancos. Perante um meio campo, como referi, com dois homens na zona central (DANILO e ÓLIVER), o BESIKTAS apresentou 3 homens e meio, (atiba HUTCHINSON, anderson TALISCA e oguzhan OZIAKUP, mais o “falso 9” cenk TOSUN) conseguindo, não só ter a posse de bola nessa zona, como a conseguia fazer girar à vontade por todo o campo. Destaque ainda, para a inexistente pressão que o FC PORTO incutiu ao jogo, juntando a isso as lentas recuperções defensivas.

Assim sendo, pela primeira vez esta época, o FC PORTO encontrou um adversário que quis jogar, em detrimento de apenas anular o nosso jogo e nesse confronto tático o BESIKTAS foi mais forte. BRAHIMI e CORONA eram quase sempre os destinatários para as jogadas de perigo e embora os turcos deixassem bastante espaço na zona intermédia do terreno, a definição das jogadas raramente era a mais acertada. Do outro lado e, perto do quarto de hora, de passe em passe a bola chegou aos pé de ricardo QUARESMA que sem meias medidas deu a TALISCA a possibilidade de bater iker CASILLAS e fazer o 0-1. No entanto, e oito minutos depois, numa altura em que BRAHIMI já ocupava a zona central, em troca com ÓLIVER, que já tinha acertado no poste, o FC PORTO acaba por empatar, num auto-golo do servio dusko TOSUN.

Esperando que o golo desse o click para os dragões serem mais afoitos, principalmente na recuperação da bola, é TOSUN, o efeito surpresa na zona central que, aproveitando a tal apatia portista, dá nova vantagem às águias negras, num grande golo mas, em que CASILLAS fica um pouco mal na fotografia.

Ao intervalo, CONCEIÇÃO retirou CORONA (simplesmente não esteve em campo) e ÓLIVER, este estranhamente, e tentou preencher o meio campo com as entradas de ANDRÉ ANDRÉ e de OTÁVIO passando a jogar em 4-3-3 (DANILO-ANDRÉ-OTÁVIO e MAREGA-BRAHIMI-SOARES). E se a princípio resultou, a pressão foi mais eficaz e o FC PORTO teve o seu melhor momento com bola, a eficácia desaparecia nos momentos de decidir perto da área adversária (destaque ainda assim para uma assistência de BRAHIMI para SOARES obrigar FABRI à defesa da noite). Respondendo, e perante a subida do FC PORTO, o técnico turco mexe no meio campo com o intuito de fechar a partida. Nesse sentido, retira OZYAKUP, o mais exterior dos 3 médios e coloca gary MEDEL.

Num momento em que, ofensivamente, o FC PORTO era apenas BRAHIMI (!!!) e em que CONCEIÇÃO voltara ao 4-4-2 (HERNÂNI substituiu DANILO) ryan BABEL acabou por matar o jogo, numa jogada em que o BESIKTAS fez da bola o que quis. O golo, terceiro encaixado por CASILLAS, fez com que várias cadeiras do DRAGÃO ficassem vazias, e que o som dos cânticos das claques colidissem com alguns assobios numa imagem muito vista em épocas recentes.

Após 2 meses de euforia, e no primeiro jogo duma realidade diferente da habitual, percebe-se que o FC PORTO também tem falhas (sempre as teve), e que está longe da estabilidade exibicional. Quanto a CONCEIÇÃO, acreditamos que sempre teve os pés assentes na terra onde os adeptos aterraram agora, e confiamos, por isso, que os erros também por ele cometidos neste jogo, possam ser corrigidos. E acreditando que ainda é bem possível lutarmos por um dos lugares de acesso aos oitavos da champions a nossa LIGA DOS CAMPEÕES segue domingo, em Vila do Conde.

DESTAQUES:

IN

BRAHIMI
Perdeu bolas, errou passes, mas foi, durante os 90 minutos a principal dor de cabeça para os turcos.

PEPE – QUARESMA
Dois “regressos” que saudámos, e que, no momento certo, nos deram o devido destaque.

RESISTENTES
Apesar das cadeiras vazias, ao sexto jogo oficial, houve quem quisesse fazer parte da preparação para o jogo frente ao RIO AVE. O apoio no final do encontro é um bom sinal. 

OUT

CORONA
A exibição foi pobre, mas o mexicano foi uma nulidade.

ADEPTOS DE CONVENIÊNCIA
Deixar o lugar e abandonar o estádio a 10 minutos do fim não me espanta. Aplaudir mais os adversários que a própria equipa para mim já é estranho.

ANTHONY TAYLOR
Permissivo numas vezes, rigoroso noutras nunca se entendeu com o jogo. A competição merecia melhor.

por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul.

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