segunda-feira, 3 de setembro de 2018

3 Pontos, Mas Só Isso

Depois do desastroso e inesperado resultado face ao Vitória SC, o FC Porto voltou a casa para correr atrás do prejuízo originado por uma exibição pobre e desinspirada da equipa de Sérgio Conceição na passada semana. 

A má exibição e consequente derrota, já depois de uma jornada onde a vitória foi arrancada a ferros frente ao Belenenses deram o alerta e, perante o Moreirense, era importante perceber que resposta seria dada pelos azuis e brancos.

O FC Porto venceu a equipa de Moreira de Cónegos, conquistou os 3 pontos mas só isso. O jogo valeu pelo resultado, por números algo exagerados tendo em conta a exibição, e pouco mais. Sérgio Conceição, na conferência de imprensa, falou na chegada tardia de alguns jogadores para justificar as exibições pouco exuberantes dos portistas. Com muita ou pouca influência, o que é certo é que o futebol apresentado pelos dragões está longe de se aproximar daquele que foi praticado em boa parte da época transata.


Depois de uma jornada inaugural que deixou água na boca, as três seguintes mostraram uma equipa com uma qualidade exibicional muito à quem do esperado, tornando o jogo contra o Desportivo de Chaves cada vez mais um hiato no futebol ainda adormecido dos portistas.

Habituados a uma equipa acutilante, pressionante e que imprime grande velocidade ao seu jogo, frente ao Moreirense assistimos a um FC Porto que parece cansado, sem a energia e a intensidade que era normal. O mau momento de forma de algumas unidades parecem justificar boa parte deste momento. O que pode ser preocupante, tendo em conta que estão decorridas apenas 4 jornadas. 

No jogo de ontem, os azuis e brancos demonstraram dificuldade em alternar entre o momento ofensivo e defensivo, demorando a recuar, recuperar posições e reagir à perda da bola. A passividade portista chegou a ser de tal ordem que o Moreirense, por várias vezes, ia trocando a bola no meio-campo portista com critério e sem ser muito incomodado. Ao minuto 70, os visitantes registavam mesmo 55% de posse de bola.

No momento ofensivo, a pouca intensidade e velocidade dos portistas também deixou a sua marca. O miolo portista demonstrou grandes dificuldades em construir e abrir espaços. Iam valendo as investidas pelos corredores laterais aproveitando a projeção dos laterais e a presença na área de Abou e Marega.

Seguem-se, agora, duas semanas de paragem com regresso marcado frente ao Varzim em jogo a contar para a taça da liga. Espero mesmo que este interregno surta os efeitos necessários ao futebol portista e que sirva a Sérgio Conceição para inverter da melhor forma  a atual condição fisica e exibicional que alguns atletas vão demonstrando por esta altura.

Destaques:

IN 

Militão - Entrar no 11, jogar muito e encher o olho aos adeptos portistas. Com autoridade e segurança, o central brasileiro começou com o pé direito e, ao primeiro jogo, deu um sinal bem positivo, indo ao encontro do rotúlo com que chegou do Brasil. Uma lufada de ar fresco no futebol adormecido dos portistas.

Herrera - A preponderância do mexicano é cada vez maior, ainda mais quando tem um Sérgio Oliveira que tem sido uma nulidade nos últimos jogos dos azuis e brancos. É Herrera quem tem assumido, praticamente só, as despesas do meio-campo portista. Marcou um golo, fez três remates (dois deles enquadrados), registou 92% de eficácia de passe e ainda sete acções defensivas.

Danilo - Após 5 meses de ausência, eis que o comendador está de volta. O Dragão levantou-se para o aplaudir e receber de braços abertos um jogador que tem uma importância enorme na manobra defensiva da equipa. A apreensão com a exibição da equipa, fez denotar ainda mais a necessidade de ter o médio-defensivo disponível.

OUT

Cansaço - Tal como referi em cima, para quem se habitou ao futebol vertiginoso, ao rolo compressor da equipa de Conceição, é com desânimo e preocupação que assistiu ao futebol dos azuis e brancos das últimas 3 jornadas. Uma equipa cansada, com dificuldade em imprimir velocidade e magia é o que mais salta à vista.

Sérgio Oliveira / Maxi - Ambos iniciaram a época em grande nível, mas mergulharam num conjunto de exibições sofridas com grande impacto na equipa. Sérgio Oliveira tem sido um buraco no meio-campo. Dificuldade a defender, ainda mais a atacar, lento e sem ideias. Já Maxi, com a idade a pesar cada vez mais, já só ataca ou defende. A velocidade que lhe falta tem causado calafrios ao lado direto dos Dragões. Se até percebo que João Pedro pode ainda não estar preparado, custa-me ver Oliver no banco quando o meio-campo portista tem precisado de inteligência e calma, aquilo que o espanhol tem para oferecer.

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