Pior derrota da história em casa. Foi
com este balanço que se fechou o jogo que opôs o Liverpool ao FC Porto
na visita dos ingleses à cidade invicta.
Se
aquando do sorteio, dadas as opções, este Liverpool era encarado como
um dos males menores a sair na rifa, certo é que pior resultado seria
impossível. O FC Porto levou uma verdadeira amassadela numa noite em que
nada saiu bem e, ainda que com a segunda mão para se jogar, podemos
assumir que caímos com estrondo.
À
semelhança do que já li por aí e concordo, nem o Liverpool é tão bom
assim, nem o FC Porto tão mau. Acontece que, após o primeiro golo, a
equipa não soube reagir, manter a calma o que, aliado ao desgaste
notório dos dragões e a uma equipa inglesa cheia de força e com uma
frente de ataque demolidora, os portistas afundaram-se por completo sem
conseguir dar resposta.
O
jogo até não começou mal, pese embora sem grande pendor ofensivo, foi o
FC Porto que criou a primeira grande oportunidade do jogo. Com uma
equipa mais recuada, os portistas pareciam apostados em explorar a
velocidade nas transições, dando a iniciativa à equipa inglesa
explicando-se assim os 74% de posse de bola dos visitantes à passagem do
minuto 20.
Se
até a este momento se podia perspetivar um jogo interessante, aos 25
min tudo mudou. José Sá vacilou e o Liverpool adiantou-se no marcador. A
partir daqui o rumo do jogo alterou-se drasticamente. A equipa portista
nunca mais se encontrou, desanimou e sofreu o segundo, com a toada
inglesa a continuar na segunda parte com mais 3 golos sem resposta.
Com
um FC Porto a entrar mais fechado na tentativa de lançar contra
ataques, o golo aos 25' obrigou Sérgio Conceição a alterar a sua
abordagem, expondo-se mais. A equipa tentou subir mas o sobre-rendimento
de alguns atletas e o próprio sistema com que se apresentou em campo,
não só boicotaram qualquer tentativa de inverter a desvantagem, como
conduziu a equipa para uma espiral negativa da qual não mais conseguiu
sair.
A
opção de abordar o jogo com um meio campo ora a dois, ora com 3 mas com
Otávio mais pelo meio foi arriscada e inesperada, ainda para mais
quando Conceição tem vindo a optar por utilizar um meio-campo a 3
combativo em jogos de maior exigência. Ora, com Marega que tem andado
longe da sua disponibilidade física de outrora, com Soares que não tem a
mesma velocidade de Aboubakar e com um maio-campo a dois/três sem
Danilo mas com Otávio cujas capacidades para ajudar no processo
defensivo não são as maiores, acabaram por ditar a pouca capacidade
ofensiva da equipa e o descalabro a nível defensivo, dando espaços
entrelinhas que nunca poderia conceder a uma equipa que os explora tão bem como este Liverpool.
Mais
do que apontar o dedo a José Sá, fracassou a estratégia. É certo que
precipitada por um erro, mas que acredito que não fosse por isso, seria
uma questão de tempo até ir dar ao mesmo desfecho.
Resta
virar o foco para o Rio Ave e fazê-los pagar a fatura e, na
segunda-mão, tentar de alguma forma limpar a imagem deixada
quarta-feira. Depois disso podemos virar-nos para o que realmente
importa, o campeonato, e começar a dar mais descanso a alguns jogadores
que começam a parecer presos por arames.
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